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Dorival é apresentado pelo SP e pede fim de "entradas e saídas" no elenco

Bruno Grossi e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo (SP)

10/07/2017 12h59

Menos de 24 horas após ser derrotado por 3 a 2 pelo Santos e cair para a 19ª posição do Campeonato Brasileiro, o São Paulo apresentou seu "divisor de águas", como definiu a assessoria do clube antes da entrevista coletiva de Dorival Júnior. O técnico esteve ao lado do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva e do diretor-executivo de futebol do Tricolor, Vinicius Pinotti, e falou sobre o desafio de livrar a equipe da zona do rebaixamento. 

"Eu vou procurar fazer meu melhor pelo São Paulo, confio no trabalho e no elenco. Essa momento inadequado é a maior preocupação de todos nós. Venho para cá porque confio, acima de tudo, no meu trabalho e no da minha comissão, vou procurar fazê-lo com muita intensidade e carinho. Que possamos estar fortalecidos para um momento como esse, preparados para uma condição que não é fácil. Temos que sentir o momento da equipe, acreditar e trabalhar com muita dignidade. A história do São Paulo tem um peso muito grande, é um dos clubes mais conceituados do Brasil e do mundo, tem que ter outra condição", avaliou o novo comandante são-paulino.

Dorival ainda elogiou o legado deixado por Rogério Ceni, seu antecessor, e falou em dar mais espaço às revelações de Cotia, que já formam quase um terço do elenco profissional: "Temos um bom elenco. Dentro do possível, das necessidades, do momento do mercado, pode e deve ser melhorado, mas temos que acreditar no que temos, cessar essas conversas de entradas e saídas. Isso quebra muito a confiança de um elenco. Observar também, e com carinho especial, o que temos em casa. O trabalho desenvolvido pelo Rogério era elogiável nesse sentido, buscando o que o São Paulo tem de melhor, produzindo grandes jogadores. Temos que dar atenção e ter consciência de que nossos problemas podem ser resolvidos aqui dentro, com o aparecimento de um garoto, de um atleta que melhore as condições da nossa equipe".

"O treinador precisa estar em Cotia. Que tenhamos condição de observar mais, essa integração vai continuar e será mantida. Dentro do possível, vamos observar a base. No Santos, era um trabalho mais fácil porque recebíamos as equipes em treinamentos, em horários diferentes, mas sempre observávamos e isso era importante se definíamos uma contratação ou se aproveitávamos um garoto. O São Paulo também proporciona isso e já há uma integração muito grande com a base", prosseguiu.

Perguntado sobre a indefinição das permanência de Rodrigo Caio, com proposta do Zenit, o técnico passou a palavra para Vinicius Pinotti, que tentou esclarecer o caso do zagueiro. "Nunca houve negociação pelo Rodrigo Caio, foi sinalizado que haveria o pagamento da multa rescisória, e não há negociação nesses casos. O São Paulo não tem intenção de negociar, mas todo contrato tem uma multa e se houver pagamento, depende do jogador", disse o diretor.

Já sobre Cueva, que também pode ser negociado e vem desagradando à diretoria pelo desempenho técnico e físico, Dorival aceitou se posicionar: "Não tenha dúvidas, é obrigação de todo treinador. Um profissional no São Paulo tem obrigação de se sentir motivado em todos os aspectos. A instituição tem que ser preservada e respeitada".

Dorival já comandará o primeiro treino no Tricolor nesta segunda-feira, às 15h30. Ainda nesta semana, o treinador espera entrar em contato com Rogério Ceni, para absorver informações dos sete meses de trabalho do ex-goleiro e sobre o elenco. O técnico, ao lado do filho e auxiliar Lucas Silvestre, do preparador físico Celso Resende e do analista Léo Porto, também aproveitou para assistir os últimos quatro jogos do São Paulo e, assim, chegar mais inteirado das deficiências e virtudes do time.

"O São Paulo, em razão da classificação, sai em condição diferente. É um campeonato de recuperação, e já vi isso acontecer, como já vi times assim se agravarem. Temos que privilegiar o que temos, mas diretoria estará atenta ao mercado, ainda que todos saibam que em um momento como esse é difícil ter condições de tirar algum jogador. A grande maioria dos bons já atuou o limite de jogos por seus clubes. Na correria não se faz nada. É o momento de estancar condição de saídas e entradas e recuperar confiança de modo geral para a produção do grupo melhorar. Vamos intensificar esse trabalho", afirmou.

Palavra do presidente

Leco abriu a coletiva de imprensa com semblante sério e com breve pronunciamento. Primeiro, exaltou Dorival Júnior, mas logo passou a falar sobre o momento do clube, na penúltima colocação do Campeonato Brasileiro: "O São Paulo, infelizmente, se encontra em uma situação, imagino, provisões, de desconforto. Não faz parte da nossa grandeza e tradição. Não é a primeira vez, mas estamos vivendo, que é essa zona de rebaixamento e que imagino vamos sair com o Dorival. Ele não está no São Paulo por sua capacidade de tirar o time do rebaixamento, mas pelo seu reconhecido trabalho".