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Suspeitos de matar palmeirense alegam legítima defesa para evitar cadeia

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

19/07/2017 18h12

O advogado Arthur Sampaio Junior apresentou um pedido de habeas corpus para tentar soltar da prisão o borracheiro Anderson da Cruz de Andrade, suspeito de participar do homicídio de um torcedor palmeirense na madrugada da última quinta-feira.

O advogado também espera a decisão sobre um segundo habeas corpus preventivo antes de apresentar outro suspeito, identificado com Nerivaldo, e que ainda não foi encontrado pela polícia. Os dois, que trabalham numa borracharia no centro de São Paulo, aparecem em imagens portando facas na briga que acabou matando o metalúrgico Leandro de Paulo Zanho após o clássico entre Palmeiras e Corinthians.

A tese da defesa é que Nerivaldo e Anderson foram vítimas de uma agressão inicial por parte dos palmeirenses e que reagiram com facas para se defender. Segundo o advogado, Anderson disse que não chegou a acertar facada em ninguém. “E o Nerivaldo afirmou que não tinha intenção de machucar e se acertou alguém, foi sem querer”, disse o advogado.

“Quem viu as imagens viu que foram os palmeirenses que foram para cima jogando pneus e os dois só tentaram se defender”, afirmou o advogado.

A defesa também tentará desqualificar o depoimento das testemunhas que apontaram, na madrugada do crime, seus clientes como autores do crime. Segundo Sampaio, duas testemunhas admitiram ao delegado de plantão que tinham bebido até cinco latas de cerveja. A defesa acredita que a ingestão de álcool e o fato de as testemunhas serem também torcedores do Palmeiras tira a credibilidade de suas declarações.

Família de vítima pede justiça e tenta seguir em frente

Na tarde desta quarta-feira (19) a família de Leandro de Paula Zanho afirmou que espera a prisão de todos os envolvidos na morte do palmeirense. Anderson já está preso, ao passo que Nerivaldo espera um habeas corpus preventivo para se apresentar a polícia sem ter que ir à cadeia.

“Ele não era de briga, costumava levar os filhos ao estádio”, disse a dona de casa Odete de Paula, mãe de Leandro. “O que nós queremos agora é que a justiça faça sua parte e coloque na cadeia as pessoas que fizeram isso.”

Reunidos no escritório de advocacia do criminalista Ademar Gomes, os parentes do palmeirense disseram que não pensam em buscar indenização nesse momento e tentam reconstruir a vida depois da perda.

“Eu tinha decidido ficar dois anos longe do trabalho para ajuda-lo no tratamento da doença”, disse Renata, a irmã de Leandro. O palmeirense tratava há quatro anos de um câncer. “Agora temos que seguir em frente.”