Sommelier e escudeiro dos gringos: quem é Felipe Melo fora de campo
Felipe Melo pode não ter feito partidas inesquecíveis com a camisa do Palmeiras, mas tinha comportamento sempre notado nas concentrações do time. Até pelo seu perfil midiático, o volante rotineiramente era destaque no dia a dia alviverde e contava com muito respeito entre os atletas. Essa postura, inclusive, foi reiterada na entrevista dada por Alexandre Mattos nesta terça-feira (1), confirmando o afastamento do atleta.
Alejandro Guerra, Yerri Mina e Miguel Borja, por exemplo, citavam o camisa 30 como referência em todas as suas entrevistas na hora de contar como estava o processo de adaptação ao Brasil.
Nas redes sociais, o venezuelano já tinha até um comportamento padrão para aparecer ao lado de Melo. Aproveitando-se dos apelidos de lobo e Pitbull, os dois gravavam vídeos constantemente imitando os sonos emitidos pelos animais.
Mina ainda era parceiro de dancinhas nos vestiários e em comemorações de gol. Na Vila, por exemplo, Felipe ficou marcado pela torcida alviverde por sambar durante a virada para cima do Santos, quando ainda deixou o gramado questionando a força da torcida adversária.
O volante também sempre gostou de trocar experiências com os atletas sobre seu outro hobby: o de tomar vinhos. Com longa experiência na Europa, ele dava e recebia conselhos de Egídio e Michel Bastos sobre a qualidade dos exemplares.
Felipe também era dedicado a mostrar que gostava de ser membro da Família Palmeiras. Nas entrevistas e nas redes sociais, ele fazia questão de exibir itens do clube. Na sala de sua mansão na região metropolitana de São Paulo, o volante exibia com orgulho uma camisa que tinha o encosto feito com uma réplica da camisa alviverde.
No Twitter, Felipe reserva tempo para conversar com seus fãs e mantinha seu estilo nas entrevistas: sem papas na língua e sempre defendendo o Palmeiras. Aos poucos, ele foi caindo nas graças do torcedor. Não foi à toa que ele foi escolhido pela Adidas como garoto-propaganda de lançamento do novo uniforme.
Taticamente, o volante era mais importante por passar conhecimento do que por executar as funções com excelência. Não à toa, essa foi a principal explicação de Cuca para a sua dispensa.
Seu lado explosivo causava atritos rotineiros no dia a dia, mas sempre considerados parte do processo de contar com um jogador deste perfil.
"As pessoas me caracterizam pelas entrevistas que veem e não é isso. Dentro do grupo eu faço qualquer coisa pelo meu time. Não tem briga com Dudu, Egídio, Borja. Gente, eu falo com ele quase todos os dias no telefone. Ficamos triste por isso que vem à tona e não é verdade", disse Felipe Melo em entrevista à ESPN após o vazamento de um áudio dele detonando o técnico Cuca.
Alguns dos episódios, como as brigas com Omar Feitosa e uma outra com Roger Guedes, marcaram sua trajetória, mas não foram suficientes para que Felipe perdesse o respaldo do vestiário. A fama de bom companheiro se estende até entre outros clubes e ex-jogadores.
São Marcos, por exemplo, disse em entrevista ao UOL Esporte que sempre ouviu falar bem de Felipe e destacou como pode ser importante ter um atleta renomado no elenco.
Ao menos a princípio, o Palmeiras deixará Felipe treinando com seus companheiros e aguarda um futuro. No mundo ideal, clube e jogador entrarão em um acordo para uma rescisão amigável, sem pagamento de multa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.