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Renascido, Claudio Winck usa experiência contra dilema conhecido no Inter

Claudio Winck marcou o segundo gol do Inter contra o Guarani, no sábado - Ricardo Duarte/Inter
Claudio Winck marcou o segundo gol do Inter contra o Guarani, no sábado Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

07/08/2017 04h00

Claudio Winck renasceu no Internacional. Após empréstimos e a dura rotina de voltar sem ser aproveitado, o lateral direito foi resgatado por Guto Ferreira do time Sub-23 e hoje é dono da posição no time principal. Agora, conviverá com um dilema conhecido em sua carreira: saber lidar com a enxurrada de elogios. Mas agora conta com experiência de sobra.

Winck é nome repetido no Internacional há muito tempo. Sobrinho de Luiz Carlos Winck, um dos principais laterais direitos da história do Inter, filho de Sérgio Winck, ex-meia do Grêmio, o jogador despontou muito cedo nas categorias de base.

Com apenas 18 anos, em 2012, já fazia sua estreia no time de cima. Era definido como aposta valiosa e com potencial de se firmar em pouco tempo. Foi bem, ganhou espaço, marcou até gol em Gre-Nal em 2014, ano em que, com 20 anos de idade, disputou mais de 20 jogos no time principal do Inter. Fez cinco gols.

Mas os elogios que o motivaram também foram eleitos como motivo para oscilação. Em 2015 disputou só sete partidas, conviveu com lesões e os repetidos problemas defensivos. Acabou rotulado como insuficiente e deixou a relação de promessas para a lista de dispensáveis.

Em seguida foi cedido ao Hellas Verona, da Itália. Voltou após um semestre e emprestado à Chapecoense por solicitação do atual técnico do Inter, Guto Ferreira, que comandava o time de Santa Catarina na época. Lesionado, não disputaria a final da Sul-Americana pelo time que já era comandado por Caio Júnior. Por isso não esteve no acidente de novembro passado que acabou vitimando quase toda delegação da equipe.

O retorno ao Colorado

Winck voltou ao Inter no começo do ano ainda sob desconfiança. Relegado ao time Sub-23 até que surgisse um novo destino. Tratou de trabalhar, e muito. Virou goleador do time inferior, no único jogo que disputou pelo principal fez gol e pediu passagem dentro de campo.

Enquanto isso, fora dele, foi elogiado por todos. A maturidade conquistada longe de Porto Alegre, o fim das lesões, o aprendizado defensivo conquistado na Europa, tudo construiu um 'novo jogador'. Que acabou chamado ao principal e não tardou para virar titular.

"O Winck cresce jogo a jogo. Se continuar tendo a entrega e a determinação, não se empolgar com os elogios, a qualidade e a força, as ferramentas para a posição sabemos que ele tem. Tinha questionamentos sobre a marcação, nos dois últimos jogos foi fantástico. Ele se dedica, se entrega, está acreditando nele mesmo. Fico feliz com este crescimento. Mas quando começa a ter muito alarde, temos que controlar. Tenho certeza que na idade em que está, o amadurecimento que teve, tudo que já passou, está com cabeça para controlar isso e não se perder no caminho", disse o técnico Guto Ferreira.

No último sábado, Winck fez o segundo gol diante do Guarani, que definiu a vitória do Internacional. Começou a jogada, tabelou com Nico López e colocou nas redes. Em seguida, evitou um gol do adversário ao afastar a bola pouco antes da linha. Na partida anterior, diante do Goiás, quando Argel Fucks tentou explorar sua suposta incapacidade defensiva colocando o atacante Carlos Eduardo em cima dele, mostrou muita qualidade ao acabar com as jogadas ofensivas do adversário. Depois de perder uma série de jogadas, Carlos Eduardo foi recolocado no lado oposto sem ter batido Winck uma vez sequer.

Agora, novamente no topo, Claudio revê o dilema de sua juventude. Uma enxurrada de elogios e a batalha para não oscilar. Mas a experiência conquistada longe de casa pode ajudar.

"Era um menino. Não convivi com Winck no início dentro do Inter, lá atrás. O que posso falar é que geralmente o jogador que começa a se destacar oscila devido aos elogios. Não digo que ele oscilava, ou que deixa de oscilar. Vejo que está bastante maduro e espero que ele não cometa os erros que normalmente acontecem quando o jogador tem um desempenho adequado. Ele está num caminho muito reto e muito qualificado. Tem todas as ferramentas para ser um grande lateral. Esperamos que siga assim", afirmou Guto.

O Inter volta a campo no próximo sábado. Abrirá o returno da Série B diante do Londrina, no Beira-Rio.