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Santos recua e admite que não houve ação externa em lance de Eric Faria

Pedro Ivo Almeida e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/08/2017 17h04

Ao contrário do que vinha fazendo desde 26 de julho, quando bateu o Flamengo por 4 a 2 e foi eliminado da Copa do Brasil, o Santos recuou em julgamento realizado nesta quarta-feira (09), na terceira comissão disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), e admitiu que não houve interferência externa em lance de pênalti que o árbitro Leandro Vuaden havia anotado para a equipe paulista - ele mudou de ideia depois de mais de um minuto, e a diretoria alvinegra alegou inicialmente que essa alteração tinha acontecido por ação de Eric Faria, repórter da TV Globo que estava perto do campo.

Depois do jogo, o Santos apresentou um ofício à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e chegou a pedir anulação da partida. Também montou um dossiê com elementos como o depoimento de um torcedor que estava em um camarote atrás da posição de Eric Faria.

No entanto, como nenhuma das provas apresentadas pelo Santos era indubitável, o STJD acabou denunciando Modesto Roma Júnior, presidente da equipe paulista, por acusação sem provas.

A Globo e o próprio Eric Faria também se manifestaram sobre o caso e repudiaram as acusações de que o repórter teria influenciado a decisão da arbitragem – a participação de um elemento externo é proibida por regulamento da Fifa.

Nesta quarta-feira, o departamento jurídico do Santos disse ter avaliado melhor o caso e adotou postura menos contundente sobre a ação de Eric Faria. Em vez de tentar provar que o repórter havia se comunicado com os profissionais de arbitragem que estavam na partida, o clube centrou sua argumentação em uma tentativa de evitar punição drástica a Modesto Roma Júnior.

“O Santos reconhece que não houve interferência externa no lance. O clube apurou o caso e chegou a essa conclusão, por isso retirou o pedido de impugnação da partida”, disse o advogado santista no julgamento, Márcio Andraus.

Na réplica, porém, a Procuradoria do STJD alegou que Modesto tinha dado entrevistas a programas de TV. Citou, inclusive, uma participação do dirigente ao vivo na “ESPN Brasil”. O julgamento passou a ser então uma discussão sobre a situação do dirigente no momento em que o ofício foi emitido – ele estava nos Estados Unidos como chefe de delegação da seleção brasileira feminina.