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Muralha diz que se sentiu 'fichado' em editorial de jornal: 'Humilhação'

Alex Muralha expressou o descontentamento com a capa do Jornal Extra do Rio - Ale Cabral/AGIF
Alex Muralha expressou o descontentamento com a capa do Jornal Extra do Rio Imagem: Ale Cabral/AGIF

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/09/2017 13h34

O goleiro Alex Muralha se posicionou através de sua assessoria de imprensa sobre o editorial do Jornal Extra desta sexta-feira (1), no qual o veículo informou que deixará de chamá-lo pelo apelido por conta das falhas recentes. A nota do jogador do Flamengo fala em “execração pública” em razão do episódio.

“Isso está longe de ser uma brincadeira. A palavra é humilhação, é execração pública. Seguiram linha semelhante a que usam ao se referirem a bandidos que cometem crimes. Sinceramente, eu me senti sendo 'fichado' como tal na capa do jornal. É muito sério. Foi um posicionamento de mau gosto e até irresponsável. O termo ‘vulgo’, que citam no texto a meu respeito, é normalmente usado para designar bandido, e isso causa constrangimento”.

Muralha aproveitou para agradecer o apoio recebido dos companheiros, dirigentes e comissão técnica do Flamengo. Um pouco antes, o presidente Eduardo Bandeira de Mello se posicionou de forma contundente sobre o fato, definindo o editorial do veículo como “desrespeito inadmissível”.

Veja a nota completa do goleiro Alex Muralha:

“Ao tomar conhecimento do que o Jornal Extra, veículo de imprensa de tanta credibilidade e força, escreveu hoje a meu respeito, eu só posso me sentir indignado. Uma coisa são as críticas que recebemos, e não sou contra, nos fazem crescer. Falhas fazem parte, em qualquer seguimento. Estamos todos sujeitos a isso e buscamos corrigi-las. Brincadeiras da torcida também são normais, o futebol mexe mesmo com todos os brasileiros.

Mas outra coisa é mexer com o ser humano. Isso está longe de ser uma brincadeira. A palavra é humilhação, é execração pública. Seguiram linha semelhante a que usam ao se referirem a bandidos que cometem crimes. Sinceramente, eu me senti sendo 'fichado' como tal na capa do jornal. É muito sério. Foi um posicionamento de mau gosto e até irresponsável. O termo ‘vulgo’, que citam no texto a meu respeito, é normalmente usado para designar bandido, e isso causa constrangimento. É um fato que pode até incitar a violência. Numa época tão difícil, em que a gente vê tanta barbaridade por aí, uma atitude como essa não contribui em nada, nem para o jornalismo esportivo nem para o futebol. A notícia não pode perder para as piadas sem graça, que só quem teve a ideia deve estar rindo.

Pelo menos, estou me sentindo abraçado, e aproveito para agradecer ao apoio que recebi da diretoria, da comissão técnica e de todos os meus companheiros, que ficaram tão revoltados quanto eu. E de vários torcedores nas redes sociais, que entendem a situação e percebem que somos humanos e sujeito a falhas. Por este motivo, me sinto fortalecido, mas não poderia deixar de expressar meu descontentamento”.

Veja o editorial do "Extra" na íntegra:

"Em nome da precisão jornalística, o leitor do EXTRA não encontrará, a partir de hoje, a palavra Muralha relacionada ao senhor Alex Roberto Santana Rafael. Provável titular do Flamengo na final da Copa do Brasil, Alex Roberto, o ex-Muralha, mais uma vez desmoralizou o vulgo, levando um frango no jogo contra o Paraná pela Primeira Liga. Além de ter errado 100% dos lados nas cobranças de pênaltis, completando 545 dias sem defender uma penalidade. Também em nome da precisão jornalística, o EXTRA se compromete a rever sua decisão caso Alex Roberto, o ex-Muralha, volte a fazer por merecer."

Capa do jornal "Extra" com editorial sobre Alex Muralha, do Flamengo - Reprodução/Extra - Reprodução/Extra
Imagem: Reprodução/Extra