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Pausas longas viram tormento no Corinthians desde última passagem de Tite

Jô é uma das referências do Corinthians em busca de reação - Daniel Vorley/AGIF
Jô é uma das referências do Corinthians em busca de reação Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

11/09/2017 16h39

Tempo para treinar a equipe é o desejo de quase todos os treinadores durante as temporadas de calendário cheio no futebol brasileiro. Mas, no que diz respeito ao Corinthians, essas paralisações não têm representado êxito desde 2015. Muito pelo contrário: em oito pausas do tipo, só uma se converteu em vitória e até mesmo uma eliminação pela Copa Libertadores aconteceu - além de um título brasileiro, vale frisar. A dificuldade, porém, se repete com Fábio Carille.

Entre o início de agosto e esses 10 dias transcorridos de setembro, o treinador Carille teve um total de quatro semanas sem compromissos, mas isso não se traduziu em resultados nem desempenho. As derrotas para Vitória, no dia 19 de agosto, e Santos, no domingo, ocorreram justamente depois de duas semanas sem jogar.

Em relação ao primeiro período recente, a comissão realizou auto-crítica e concluiu que errou em não realizar nenhum jogo-treino. Na avaliação interna, ao menos um amistoso deveria ter sido feito na semana anterior à derrota para o Vitória, o que segundo essas avaliações fez com que o Corinthians retornasse aos gramados sem o mesmo ritmo e intensidade de antes.

A questão física, por sinal, trouxe prejuízos na ocasião. Embora seja esse tipo de período justamente aquele que abre a possibilidade de recuperar jogadores desgastados, o fato é que o Corinthians, diante do Vitória, acabou por perder dois jogadores importantes com lesões musculares: o zagueiro Balbuena, agora de volta à equipe, e o lateral Guilherme Arana, ainda baixa.

Para encarar o Santos, Carille focou na recuperação física de jogadores e treinos que visavam restabelecer os conceitos de jogo mais importantes do time. O treinador, vale frisar, minimizou a oportunidade de testar grandes novidades na ideia de jogo, na plataforma ou em eventuais variações ao longo dessas duas semanas. Diferentemente do outro intervalo de agosto, ele também marcou dois amistosos para dar mais ritmo a todo o elenco. O resultado e o desempenho na Vila Belmiro, porém, foram mais uma vez decepcionantes.

RELEMBRE AS PAUSAS DE 2015

22 de abril a 6 de maio: Havia perdido por 2 a 0 para o São Paulo, pela Copa Libertadores. Na volta da parada, derrota por 2 a 0 para o Guaraní, no Paraguai, que custaria a vaga nas oitavas.

4 de outubro a 15 de outubro: A única volta com vitória. O Corinthians ficou 11 dias sem jogar, mas mostrou que era o grande time do Brasileirão em vitória tranquila por 3 a 0 no Goiás.

7 de novembro a 19 de novembro: Certamente não será lembrada como uma parada negativa, já que o time de Tite havia vencido o Coritiba e voltou 12 dias depois para encarar o Vasco em São Januário. O time saiu atrás e empatou, suficiente para confirmar o título brasileiro.

RELEMBRE AS PAUSAS DE 2016

4 de maio até 15 de maio. Eliminado da Libertadores pelo Nacional-URU dentro de casa, o Corinthians teve 11 dias até a estreia no Brasileiro, mas evoluiu pouco. Naquele dia, empatou sem gols com o Grêmio e não rendeu, além de emendar uma derrota no jogo seguinte, para o Vitória.

5 de novembro a 16 de novembro. A pausa veio em boa hora, depois de uma goleada por 4 a 0 para o São Paulo, mas não ajudou na volta. O Corinthians de Oswaldo de Oliveira jogou mal e ficou em empate por 1 a 1 com o eventual rebaixado Figueirense.

26 de novembro a 11 de dezembro. Duas semanas de preparação para alcançar uma vitória contra o Cruzeiro que não disputava mais nada no Brasileiro: era isso que o Corinthians precisava para a vaga na Libertadores 2017, mas perdeu por 3 a 2.

RELEMBRE AS PAUSAS DE 2017

5 de agosto a 19 de agosto. Com elenco desgastado fisicamente, teve duas semanas sem jogos, mas voltou abaixo do normal e perdeu sua invencibilidade de 34 partidas, além de não balançar as redes, contra o Vitória.

26 de agosto a 10 de setembro. Em seu único período de instabilidade no Brasileiro, o Corinthians logo ficou mais duas semanas sem jogar, mas não atuou bem e foi batido pelo Santos na Vila.