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Reserva de Tite, goleiro de R$ 145 milhões já encanta Guardiola e Taffarel

Éderson é muito elogiado pela comissão técnica da seleção durante os treinos - Lucas Figueiredo/CBF
Éderson é muito elogiado pela comissão técnica da seleção durante os treinos Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Caio Carrieri, Dassler Marques e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Manchester (ING) e em Teresópolis (RJ)

04/10/2017 04h00

Adorado por Cláudio Taffarel, respeitado por Tite e titular absoluto com Josep Guardiola. Aos 24 anos, o goleiro Ederson, que será titular da seleção brasileira contra o Chile (dia 10), coleciona admiradores de peso e começa a ganhar os holofotes na Europa depois de, a pedido de Pep, trocar o Benfica (POR) pelo Manchester City (ING) e conseguir se firmar rapidamente em uma das posições que mais geraram dor de cabeça para o treinador catalão na primeira temporada dele no futebol inglês.

Contratado por R$ 145 milhões na última janela de transferências, o paulista de Osasco (SP) ostenta o posto de segundo arqueiro mais caro da história – fica atrás apenas do lendário Gianluigi Buffon, comprado pela Juventus (ITA) do Parma (ITA) em 2001 por R$ 188 milhões, em valores corrigidos. O City desembolsou essa fortuna apenas um ano depois da aposta inicial de Guardiola para a meta da equipe naufragar. Ao tirar o chileno Claudio Bravo, 34 anos, do Barcelona (ESP) por R$ 65 milhões, em agosto de 2016, o técnico tomou uma decisão que foi tema de debates acalorados na Inglaterra: liberou Joe Hart, ídolo dos cityzens e referência na seleção do país, para ser emprestado ao modesto Torino (ITA). Com o fim do vínculo na Itália, Hart atualmente defende o tradicional West Ham, de Londres.

A ideia era priorizar a qualidade técnica de Bravo com os pés. No entanto, o desempenho do veterano deixou a desejar, o argentino Willy Caballero, 36, tomou a posição, mas também passou longe de ser unanimidade – o que manteve a sombra de Hart no Estádio Etihad entre os torcedores. Negociado com o Chelsea, Caballero viu no último fim de semana, do banco de reservas do Stamford Bridge, Ederson passar mais um jogo sem tomar gol, na vitória por 1 a 0 do líder Manchester City.  

Ederson cumprimenta Pep Guardiola após vitória do Manchester City - EDDIE KEOGH/Reuters - EDDIE KEOGH/Reuters
Imagem: EDDIE KEOGH/Reuters

O brasileiro só buscou a bola no fundo da rede em duas das nove partidas que jogou na atual campanha. Em ambos os casos, foi vazado apenas uma vez. A última delas aconteceu há mais de um mês, na vitória por 2 a 1 sobre o Bournemouth, pela Premier League, no dia 26 de agosto. O Everton, na exibição anterior, teve a outra rara oportunidade de superá-lo, no empate em 1 a 1, em Manchester. Com apenas dois gols sofridos em nove apresentações, Ederson é o goleiro com melhor desempenho entre todos os grandes clubes da Europa.

“Ele se adaptou muito rápido e é muito calmo. Se ele leva gol ou faz uma defesa, reage com a mesma tranquilidade”, explica Guardiola. “Ótimo com os pés, forte, rápido, jovem e com desejo de aprender. Os grandes clubes sempre têm de ter goleiros de altíssimo nível, e nós somos sortudos de ter dois excelentes na posição”, completa ao lembrar Bravo, cativo no banco de reservas.

Vaga cativa mesmo sem jogar

A segurança, a agilidade debaixo das traves e a ótima reposição de bola – tanto com os pés quanto com as mãos – também conquistaram a comissão técnica da seleção brasileira. Com a aprovação de Taffarel, preparador de goleiros e craque sob a meta, Ederson voltou a figurar nas listas, depois de ser cortado por lesão da Copa América Centenário, em 2016, então com Dunga no comando.

E mesmo ainda sem atuar com Tite, Ederson já tem vaga cativa na lista do treinador e dificilmente ficará fora da Copa do Mundo de 2018. Com ótima avaliação nos períodos de treinamento da seleção, o goleiro do City se destaca por ser "muito completo", como repetem os membros da comissão técnica da equipe canarinho.

E após aguardar pacientemente, o arqueiro do City já tem data para estrear na seleção. Tite revelou que Ederson será o titular diante do Chile, na próxima terça-feira (10), no encerramento das Eliminatórias.

“Sempre trabalhei focado no grupo, e a seleção é consequência do trabalho no clube. O Tite está vendo todos os jogadores. Ele tem me acompanhado e acredito que estou bem”, diz ao UOL Esporte, com a serenidade descrita por Guardiola.

Já classificado como primeiro nas eliminatórias sul-americanas para a Copa da Rússia, o Brasil enfrenta a Bolívia, em La Paz, nesta quinta-feira, pela penúltima rodada, e fecha a participação na estreia de Ederson, na próxima terça (10), no Allianz Parque.