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Inter monta 'esquema da seleção' e vê D'Ale crescer como Renato Augusto

D"Alessandro recuado repete movimentos de Renato Augusto e cresce no Inter - Ricardo Duarte/Inter
D'Alessandro recuado repete movimentos de Renato Augusto e cresce no Inter Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

05/10/2017 04h00

Equilíbrio é quase um mantra para Tite. A cada oportunidade, o técnico da seleção brasileiras cita o termo como objetivo de suas equipes. E na busca por tal estágio, Guto Ferreira tem atitudes semelhantes no Inter. Utilizando a mesma formação tática, uma peculiaridade aproximou o Colorado da seleção brasileira. O crescimento de um meia utilizado como central, em função mais recuada. No Brasil, Renato Augusto. No Inter, D'Alessandro.

Não é à toa que Guto Ferreira e Tite tem condutas semelhantes. Seja na condução de treinamentos, nos pedidos por equilíbrio e intensidade ou até na utilização de alguns termos técnicos ao falar com a imprensa. No Inter, em 2009, Guto era auxiliar do atual comandante da seleção brasileira.

Hoje em caminhos distantes, Tite e Guto usaram a mesma arma contra oscilações de suas equipes. Formaram um 4-1-4-1 no qual os centrais tornam-se protagonistas.

E até mesmo neste setor é necessário equilibrar o time. Um jogador tradicionalmente mais defensivo (Paulinho no Brasil, Edenílson no Inter) e um armador de origem (Renato Augusto e D'Alessandro).

Crescimento recuado

A exemplo do que aconteceu com Renato Augusto, D'Ale cresceu. Depois de não vir tão bem utilizado mais perto do gol, o recuo fez o jogador passar a pegar a bola de frente para a defesa adversária, com visão da movimentação dos companheiros e possibilidade de assistências e gols.

Renato superou mais rápido a dificuldade defensiva. Mais alto, mesmo que tenha menos velocidade, o ex-corintiano se adaptou logo à formação. D'Alessandro ainda 'patinou' um pouco no começo, mas a entrega a cada jogo contribuiu para que ele 'aprendesse' a fechar espaços também.

"Tudo é possível pela postura do D'Alessandro. É um dos caras que mais treina, tem uma liderança nata, é importantíssimo para o grupo. Ele é extremamente competitivo, não gosta de perder nem par ou ímpar. Tem um respeito muito grande no vestiário, ajuda os mais jovens demais. É um ídolo, extremamente respeitado. E dentro de campo, mesmo não sendo um especialista em marcação, consegue compor o setor com a inteligência que tem. Ocupa os espaços e nos ajuda bastante", disse Guto.

Internamente, o paralelismo entre as movimentações táticas de Inter e seleção brasileira é reconhecido. Claro que sem qualquer comparação entre o rendimento ou as qualidades de cada um. Mas os dois times usam o mesmo sistema, com peças semelhantes nos lugares. 

Tanto o time gaúcho quanto a seleção nacional estabilizaram rendimento e cresceram. O Brasil já atingiu seu objetivo, está classificado para a Copa do Mundo como primeiro colocado da Eliminatória Sul-Americana. Já o Inter está prestes a confirmar retorno à Série A.