Empate faz argentinos saírem da Bombonera emburrados e sem querer papo
O torcedor argentino saiu da Bombonera com a cara amarrada. Nada de foto no celular, ou parada para cerveja, eles mal conversavam entre si. Consequência de um 0 a 0 contra o Peru, resultado que deixou a participação na Copa da Rússia ainda mais em risco. “Estou de mau humor para falar. Gosto muito de futebol e nunca vi uma Copa sem a Argentina”, ralhava Rojo Castro, 48 anos.
E torcedor insatisfeito é aquela coisa, sobrou para todo mundo: Messi, Sampaoli, Dí Maria e até para a sorte. No caso, a falta dela. Rojo avalia que a Argentina dominou, criou quatro grandes chances, mas a bola não entrou. Ele acredita em vitória no jogo contra o Equador na próxima rodada, o que garante o quinto lugar e pelo menos vaga a repescagem.
Só que a metade da tabela não é algo que considere digno do futebol duas vezes campeão mundial. Mas o torcedor sabia como relaxar em casa. “Vou tomar um uísque antes de deitar”.
O sentimento dele era contraste total com Homer Osorio, peruano de 28 anos que tentava descobrir por onde o ônibus da seleção sairia. “Ganhamos de 0 a 0”, repetia. Ele prevê uma decisão ‘aguerrida’ contra a Colômbia na próxima rodada e acredita que pode ver o país numa Copa pela primeira vez na vida – o time não se classifica há desde o Mundial da Espanha em 1982.
Torcedor decepcionado com Messi
Como acontece com certa frequência, os argentinos não saíram satisfeitos com o futebol de Messi. Daniel Ledesma, 45 anos, disse que houve muita posse de bola e pouca objetividade. “É muito toque lateral e pouca contundência. Fica com a bola no pé e não cria nada”.
Se estava unida na cara amarrada, a torcida argentina se dividia sobre o futuro da seleção. Parte acredita que estarão na Rússia em 2018 e outros blasfemam enquanto xingam o treinador e os jogadores. Messi é o principal alvo, o que não é novidade.
“Ele não esteve à altura da responsabilidade. Com ele jogando assim contra o Equador estamos com muitos problemas”, reclamava Marcelo Constanzo, 61 anos.
Apesar da frustração, os torcedores não descontaram na violência. Até houve quem jogasse copos cheios das arquibancadas em direção à rua. Mas nada de brigas e discussões. Era como se houvesse a solidariedade na preocupação proibisse levantar a voz.
Confiança no Brasil
Classificado com folga, o Brasil pega o Chile para cumprir tabela. Mas o jogo vale muito para os argentinos que podem garantir vaga sem passar pela repescagem se fizerem sua parte e contarem com uma vitória do time de Tite. E os torcedores consideram provável que os brasileiros vençam.
Citam a boa fase de Neymar e a química de Tite com os jogadores para justificar o otimismo. Não enxergam possibilidade da seleção fazer corpo mole para prejudicar o rival. “O Brasil está jogando como nos seus tempos de glória. Além disso, Neymar é amigo de Messi”, conta Rojo Castro.
Mas ele emenda que o problema é a Argentina bater o Equador. Soa estranho, mas tem argentino acreditando mais no Brasil do que na própria seleção.
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