Topo

Levir brinca sobre processo eleitoral do Santos: "Baixaria vai comer solta"

Levir Culpi discute com árbitro durante jogo do Santos - Ale Cabral/AGIF
Levir Culpi discute com árbitro durante jogo do Santos Imagem: Ale Cabral/AGIF

Do UOL, em São Paulo

06/10/2017 14h50

Com contrato válido até dezembro com o Santos, Levir Culpi relembra que o clube está às vésperas de processo eleitoral para não garantir sua permanência para 2018. Questionado sobre os benefícios da pausa provocada pela data Fifa, o treinador afirmou que o período foi bom somente por vir de vitória sobre o Palmeiras, principalmente em um clube pressionado pela escolha presidencial

"Essa parada foi boa, eu vou falar por mim. Depois do jogo do Palmeiras, demos dois dias e meio de folga. Eu viajei para Curitiba para encontrar minha família. Agora, imagina uma derrota para o Palmeiras. Isso que é o bom do futebol, são os pontos altos e baixos. A gente brinca que o céu está muito perto do inferno. Uma derrota para o Palmeiras e a folga vira um inferno. A gente precisa saber conviver com as duas coisas. A vitória deixou a gente tranquilo. Esse período dá uma satisfação de treinamento. Você chega, as coisas funcionam bem, os jogadores estão bem-humorados. Funciona muito. O Santos está pressionado, vai ter eleição no fim do ano e a baixaria vai comer solta. Você sabe como funciona eleição em clubes de futebol", disse Levir, aos risos, em entrevista ao "SporTV".

Questionado sobre seus planos para 2018 com o Santos, Levir brincou ao falar que esteve às vésperas da demissão antes das vitórias sobre Atlético-PR e Palmeiras para falar que não se permite pensar a longo prazo.

"Se nós perdêssemos para o Atlético e para o Palmeiras, era muito provável de eu sair do time. Eu não posso fazer plano para três, quatro jogos. Não dá para fazer plano no Brasil. Esse plano não existe para mim, sinceramente. Já perdi esperança de um projeto, uma coisa assim. Meu contrato com o Santos é até dezembro. O que posso dizer é que estou muito orgulhoso de trabalhar no Santos. Você entra na sala de troféu do Santos e se arrepia. Fico muito feliz de trabalhar aqui nesse período. Até dezembro vai ser um ótimo trabalho, se não, não vai dar para permanecer", declarou.

Sobre a situação do futebol brasileiro, Levir também não poupou palavras. O comandante do clube alvinegro lembrou que dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol têm problemas com autoridades e lamentou a concentração de recursos nos chamados clubes grandes.

"Para começar, presidente da CBF: um está preso e outro não pode pisar no país. Começando por aí. Então é difícil. Eu estou vendo que o futebol está ficando polarizado. O futebol paulista, por exemplo, que sempre teve clubes ótimos e era celeiro de jogadores, o que está acontecendo? Polarizando para quatro times, como acontece na Espanha. 98% dos atletas do futebol brasileiro ganha até dois salários mínimos. E aí você deixa esse pessoal sem trabalhar por sete meses", opinou.