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Para tirar São Paulo da degola, Dorival acabou com herança deixada por Ceni

Dorival dá instrução durante o treino do São Paulo, no CT da Barra Funda - saopaulofc.net
Dorival dá instrução durante o treino do São Paulo, no CT da Barra Funda Imagem: saopaulofc.net

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

07/10/2017 04h00

Na semana em que completou três meses à frente do São Paulo, Dorival Júnior pode respirar mais aliviado. Com a vitória por 1 a 0 sobre o Sport no domingo (1), o São Paulo deixou a zona do rebaixamento do Campeonato Brasileiro após o recorde negativo de 13 rodadas do Campeonato Brasileiro entre os quatro últimos colocados. Para atingir tal retrospecto, o treinador acabou com a herança deixada por seu antecessor, Rogério Ceni.

Da última vez que o ex-goleiro comandou o time, na derrota por 2 a 0 para o Flamengo, no dia 2 de julho, apenas cinco jogadores considerados titulares foram mantidos: Rodrigo Caio, Júnior Tavares, Petros, Cueva e Lucas Pratto. Até mesmo o goleiro deixou de ser Renan Ribeiro, que deu lugar para Sidão, aposta pessoal de Dorival. Na lateral direita, o treinador ainda fez uma improvisação, ao colocar o volante Militão no setor. 

Já na parte tática, Dorival deixou o meio de campo mais veloz e criativo. Na época de Ceni, Cueva era o único responsável pela armação das jogadas de ataque. Já com o sucessor, o peruano passou a dividir o trabalho com Lucas Fernandes, enquanto os volantes Petros e Hernanes ganharam mais liberdade para ajudar o setor ofensivo.

Há de se lembrar que neste período o elenco também passou por transformações. Arboleda e Jonantan Gomez tinham sido contratados poucos dias antes de Rogério Ceni ser demitido. Depois, ainda chegaram ao clube Bruno Alves, Aderllan, Marcos Guilherme e, principalmente, Hernanes. Por outro lado, o zagueiro Douglas foi emprestado para a Chapecoense.

O meio campista Cícero também deixou o clube e acertou com o Grêmio. No início da temporada, ele havia sido indicado por Rogério Ceni. No entanto, o jogador não se adaptou ao clube e acabou sendo visto como uma influência negativa para o restante do time. Por isso, primeiro passou a trabalhar em horários alternativos aos da equipe até assinar a sua rescisão. Wesley fez o mesmo caminho e fechou com o Sport. 

No dia a dia, o treinador também tentou mudar a rotina de trabalho. Os treinos passaram a ser mais intensos, com mais cobrança entre os jogadores. Dorival é mais adepto do bate-papo com os atletas e permissivo em algumas questões. Os jogadores, por exemplo, podem levar parentes e amigos para os treinamentos, o que não era visto com bons olhos por Ceni. Para a imprensa, as atividades foram liberadas com mais frequência.

A comissão técnica também sofreu alterações. Funcionários que estavam há muito tempo no clube, como o preparador de goleiros Haroldo Lamounier e o preparador físico José Mario, foram trocados por Marquinhos Trocourt e Celso Rezende, respectivamente. Para completar, o Tricolor ainda trouxe o coordenador científico do Palmeiras, Altamiro Bottino.