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Neymar ofuscado e família Jesus com Ronaldo: os bastidores do prêmio Fifa

GLYN KIRK/AFP
Imagem: GLYN KIRK/AFP

Caio Carrieri

Colaboração para o UOL, em Londres (ING)

24/10/2017 04h00

Se a busca pelo protagonismo mundial, além da fortuna que embolsou, foi um dos principais motivos que levaram Neymar ao Paris Saint-Germain, a premiação da Fifa desta segunda-feira, em Londres, mostrou que o brasileiro ainda tem considerável distância a percorrer para alcançar Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, atores principais da última década e empatados com cinco troféus de melhores do mundo cada, após a mais recente vitória do português.

Terceiro colocado pela segunda vez, o camisa 10 do Brasil ficou à sombra de Cristiano e do argentino nos bastidores do luxuoso evento no London Palladium, histórica casa de espetáculos na região central – e nobre – da capital inglesa. Antes mesmo dos astros chegarem ao local, a multidão do lado de fora deu mostras que Neymar ainda está atrás dos principais rivais não só em termos de prêmios individuais, mas também como preferência de público.

Camisas do Real Madrid e do Manchester United, com nome de Cristiano, e uniformes e bandeiras da Argentina, em alusão a Messi, coloriram a área destinada aos espectadores que se amontoaram na calçada para prestigiarem o desembarque das estrelas da noite. Nenhuma peça em referência ao Brasil foi avistada.

Atrás de Cristiano Ronaldo na escolha do melhor do mundo da última temporada, o craque argentino ganhou de goleada em termos de popularidade e euforia provocada entre os curiosos. O atacante de Rosário (ARG) foi o único que protagonizou um coro dos fãs postados na rua. O volume da recepção para Neymar e Cristiano foi muito parecido.

Bastidores - Caio Carrieri/UOL - Caio Carrieri/UOL
Imagem: Caio Carrieri/UOL

Entre os convidados de gala da Fifa, Ronaldo Fenômeno liderou em termos de barulho. Responsável por entregar o troféu de vencedor da noite a Cristiano ao lado de Diego Maradona, o ex-camisa 9 estava acompanhado de Felipe de Jesus, irmão de Gabriel Jesus. A agência de marketing do herói do Penta gerencia a imagem de Gabriel, que mora com Felipe e amigos em Manchester, a 335 km de Londres.

Incontáveis quilômetros separaram a premiação do dirigente máximo do futebol brasileiro – Marco Polo Del Nero, presidente da CBF. Como de praxe, ele se tornou ausência em mais um evento internacional com o receio de ser preso pela Interpol caso deixe o Brasil. O vice Fernando Sarney representou a entidade do país. Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, também compareceu – em nome da Conmebol.

Dentro do London Palladium, com capacidade para pouco mais de 2000 pessoas, Neymar seguiu à sombra de Messi e Cristiano Ronaldo. A reação dos presentes se deu de maneira muito menos efusiva quando os apresentadores da noite, Idris Elba e Layla Anna-Lee, mencionaram o nome do jogador do PSG ao longo da noite, em comparação ao comportamento com a dupla do Campeonato Espanhol.

O trio ocupou a primeira fileira da plateia. Neymar ao lado do pai, Messi acompanhado da mulher Antonella, e o atacante luso com a companhia do filho homônimo e da namorada Georgina. Antes mesmo de receber o troféu mais importante, Cristiano já tinha roubado a cena com diversas citações ao longo da cerimônia, como no discurso do prefeito de Londres, Sadiq Khan. Maradona conversou nos bastidores com seu sucessor pela Alviceleste e viu, com cara de poucos amigos, a Fifa homenagear o aniversariante Pelé, em vídeo especial pelos 77 anos, que completou na última segunda-feira. O Rei não esteve na solenidade.

Já Neymar teve mais espaço para falar sobre seu visual do que de futebol. A âncora Layla, nascida no Reino Unido, mas filha de mãe brasileira, chamou o jogador mais caro do mundo de “bonitão”, em referência ao terno na cor vinho. “Demorei apenas 20 minutos para ficar pronto”, retrucou, sem graça. Provável que leve mais algum tempo para sair da sombra de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.