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Nem Palmeiras de 2009 teve 2º turno tão ruim quanto Corinthians de Carille

Sob comando de Muricy Ramalho, Palmeiras caiu de rendimento e perdeu o título - Fernando Santos/Folha Imagem
Sob comando de Muricy Ramalho, Palmeiras caiu de rendimento e perdeu o título Imagem: Fernando Santos/Folha Imagem

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

02/11/2017 04h00

O torcedor palmeirense, hoje sob a expectativa da caça ao líder Corinthians e às vésperas do clássico em Itaquera, pela 32ª rodada, vivenciou recentemente uma queda de rendimento que custou um título brasileiro ao clube. O ano era 2009, e o Palmeiras caiu da primeira colocação para fora do grupo dos classificados à Libertadores. Em termos de aproveitamento, no entanto, nem o returno daquela equipe alviverde apresentou números tão baixos quanto os do time de Fábio Carille neste ano.

Mesmo sem a arrancada impecável do Corinthians, o Palmeiras virou a metade do Brasileirão de 2009 empatado com o Internacional na liderança da competição. No returno, o aproveitamento que era de aproximadamente 65% baixou para 43,8% nos 19 jogos finais. A atual equipe de Carille, em 12 partidas, somou apenas 33,3% dos pontos.

Colocadas apenas as classificações do returno, a queda do Corinthians de 2017 até o momento é ainda mais pesada em comparação ao time palmeirense que perdeu o título nas rodadas finais do campeonato de 2009. A equipe alviverde, na época comandada por Muricy Ramalho, terminou a segunda metade da competição em um modesto décimo lugar, enquanto os corintianos ocupam a 17ª posição - dentro da zona de rebaixamento hipotética.

O que sustenta o Corinthians na liderança ainda é a campanha do turno, o melhor da história dos pontos corridos com 20 clubes. O aproveitamento pífio na parte derradeira da competição, entretanto, ameaça o clube alvinegro na véspera do duelo com o Palmeiras. Apenas cinco pontos (59 a 54) separam os dois clubes antes do reencontro pelo Brasileirão.

Os pouco mais de 33% de aproveitamento derreteram a "gordura" corintiana em comparação ao Palmeiras, que surge como principal concorrente na briga pela taça. O time alviverde desistiu do trabalho de Cuca e recorreu a um auxiliar para crescer na competição (Alberto Valentim); coincidentemente, o Flamengo viveu a mesma situação há oito anos: Cuca caiu, Andrade assumiu e terminou campeão, como relembrou o Blog do PVC.

Sob o comando de Alberto Valentim, o Palmeiras somou dez dos últimos 12 pontos e diminuiu em nove a desvantagem em relação ao Corinthians. O crescimento palmeirense, mesmo com o tropeço da última segunda-feira - empate por 2 a 2 com o Cruzeiro -, veio justamente no pior momento corintiano no Brasileirão: são quatro jogos sem vitórias.

O Palmeiras, em 2009, perdeu a liderança na 34ª rodada e, pressionado, terminou até fora do G-4 - venceu apenas um dos últimos quatro jogos no Brasileirão daquele ano. O Corinthians, caso saia derrotado no fim de semana pelo maior rival, corre o risco de deixar a primeira colocação no meio de semana, quando terá pela frente o Atlético-PR, em Curitiba.

Diante deste cenário, o atual Palmeiras enxerga o instável momento corintiano como o de maior pressão. O capitão Dudu, por exemplo, crê o arquirrival carrega a responsabilidade do resultado para evitar o cenário vivido pelo clube alviverde no ano de 2009: a ameaça de perder um título após chegar como favorito na parte final da competição.

"Parte deles [a pressão]. Até algumas rodadas atrás estávamos a 17 pontos deles e agora estamos a cinco. Temos grandes chances de fazer um grande jogo lá, vencer e diminuir para dois pontos. Ai nas últimas rodadas ver o que a gente pode fazer de melhor para conseguir nossos objetivos", afirmou o capitão palmeirense.