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Boateng diz que vídeos não bastam para combater racismo e pede punições

Kevin-Prince Boateng em ação pela seleção de Gana, na Copa de 2010 - Xinhua/Yang Lei
Kevin-Prince Boateng em ação pela seleção de Gana, na Copa de 2010 Imagem: Xinhua/Yang Lei

Do UOL, em São Paulo

20/11/2017 17h25

O meia ganês Kevin-Prince Boateng, que atualmente joga pelo Eintracht Frankfurt, da Alemanha, afirmou em entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung que os clubes e os órgãos que comandam o futebol precisam fazer mais para combater o racismo no esporte.

"Falarei novamente. Não é suficiente mostrar um vídeo de 'não ao racismo' antes dos jogos da Liga dos Campeões. Não é suficiente usar uma camisa com 'cartão vermelho para o racismo'. Isso é bom, deve ser mantido, mas tem que fazer mais. Mais publicidade, mais vídeos. Cada clube deve fazer sua parte no departamento de marketing", disse o jogador de 30 anos.

O atleta também pediu punições mais duras a torcedores flagrados praticando atos de injúria racial em estádios. "Não os deixaria entrar em um estádio nunca mais. Não podemos nos esquecer de que temos que enfrentar isso pelos nossos filhos, pelo futuro. Uma criança de cinco anos não pode ir ao estádio e se sentar ao lado de alguém que grite 'negro de m...', 'árabe de m...'. Se ainda permitimos isso, é nossa culpa", afirmou.

Voz ativa contra o racismo no futebol, Boateng já chegou a abandonar um amistoso contra o Pro Patria em 2013, quando defendia o Milan, por ser alvo de insultos racistas de torcedores adversários.

"O racismo não aprece quando alguém te insulta. Mostra como alguém pensa, como vive, como se sente. às vezes, se pode falar por olhares. Isso é o mais triste: nem sequer precisa se dizer algo. Muitos dizem que no campo vale tudo. Mas se alguém me chama de 'negro de m...', isso não está permitido. É racismo e ponto", completou.