Dono do PSG negociou compra de empresa que pagava propina, diz delator
Nasser Al-Khelaifi, dono do Paris Saint-Germain (FRA) e dirigente responsável por altos investimentos no futebol, como a contratação do brasileiro Neymar em 2017, já negociou a compra de uma empresa que pagava propina à Conmebol, ao menos foi o que disse uma testemunha na sessão desta terça-feira do julgamento de José Maria Marin (ex-presidente da CBF), Juan Angel Napout (ex-presidente da Conmebol), e Manuel Burga (ex-presidente da Federação Peruana). O delator Santiago Peña foi responsável pelas denúncias na terceira semana de trabalhos em Nova York, nos Estados Unidos.
De acordo com Peña, que era gerente de finanças da Fullplay, empresa que negociou direitos de transmissão da Copa América e da Libertadores entre 2009 e 2015, Nasser fazia parte de um plano de compra de 51% do grupo por 212 milhões de dólares. A operação ganhou o nome de "projeto Nova York", pois 212 é o código telefônico da área da cidade norte-americana. De acordo com o delator, as negociações terminaram em meados de 2015, quando ocorreram as primeiras detenções do "FifaGate".
A Fullplay é controlada por Hugo e Mariano Jinkins, que são acusados de crimes de corrupção nos Estados Unidos.
Primeira semana de julgamentos colocou Del Nero e Globo nos holofotes
Atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero não está no banco dos réus no julgamento do caso Fifa, nos EUA, mas foi citado por outro delator, Alejandro Burzaco, ao longo dos depoimentos. Na terça-feira da semana passada, Burzaco afirmou que o dirigente manteve um caderno no qual anotou os pagamentos de propinas durante reuniões. Além disso, o cartola ainda teria sido um dos responsáveis por aumentar o valor dos subornos após sua entrada no esquema.
Burzaco foi diretor da Torneos y Competencias, empresa que negociava direitos de transmissão das principais competições da Conmebol. Em seu depoimento, disse que Del Nero era o presidente de fato da CBF mesmo durante o mandato de Marin, chegando a se referir aos dirigentes como “siameses”.
O argentino também acusou a Globo de pagar subornos a dirigentes em troca de favorecimento na compra de direitos de transmissão. Del Nero e a emissora negam todas as acusações.
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