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Maracanã acena com pacote de jogos e setor popular para atrair Fla em 2018

A torcida do Flamengo lota o Maracanã: acordo inovador para 2018 pode ser fechado - Rodrigo Coca / Flamengo
A torcida do Flamengo lota o Maracanã: acordo inovador para 2018 pode ser fechado Imagem: Rodrigo Coca / Flamengo

Leo Burlá e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/11/2017 04h00

Em meio ao cenário de incerteza que cerca o futuro do Maracanã, a concessionária que administra o complexo começa a planejar o próximo ano, ainda que não seja segredo para ninguém que o desejo da Odebrecht é o de devolver o estádio ao Governo do Rio de Janeiro.

Com a nova licitação totalmente estagnada, os gestores esperam se aproximar mais do Flamengo, clube com maior potencial de geração de receitas. O desejo de ter o Rubro-negro mais perto é tamanho que a concessionária acena até com a possibilidade de retirar as cadeiras do Setor Norte, o que aumentaria a capacidade da área e possibilitaria a redução no preço dos ingressos por parte do clube rubro-negro.

Torcedor do Flamengo no Maracanã - Bruna Prado/AP - Bruna Prado/AP
O torcedor do Fla sonha com um setor popular desde a reabertura do Maracanã
Imagem: Bruna Prado/AP
Essa hipótese não está colocada sobre a mesa, mas basta um pedido do clube para que a vontade de boa parte da torcida seja atendida. Para ter mais segurança financeira, os administradores querem fechar o pacote com um número garantido de partidas no ano - pelo menos 20 datas.

Para a Maracanã S.A, esta segurança é fundamental para a organização de um calendário de eventos e a previsão financeira do ano. A criação desta "área popular" pode ser um trunfo dos gestores nas próximas rodadas de conversa.

Pelo modelo atual, o Flamengo faz partidas "no varejo" no estádio, o que torna as negociações para o uso sempre mais inflexíveis sob o ponto de vista financeiro. Caso um pacotão seja confirmado, o aluguel do Maracanã poderá sair mais em conta para o Rubro-negro, que atualmente paga um valor que varia de acordo com a faixa de público. Em outubro deste ano, a juíza Milena Angélica Drumond Morais, da 38ª Vara Cível do Rio, concedeu liminar assegurando que o custo de locação do clube não seja aumentado em 2018.

A reportagem do UOL Esporte apurou que o Flamengo vê com bons olhos a iniciativa de fechar um pacote mínimo de 20 jogos com o Maracanã, além da retirada das cadeiras do setor Norte. Desta forma, o clube poderia melhorar a setorização do estádio e até reduzir o valor dos ingressos em parceria com a Odebrecht. O Rubro-negro mantém conversas com a concessionária.

Negociar com o Maracanã é uma necessidade para o Flamengo a curto prazo por conta dos jogos de alta demanda que não poderiam acontecer na Ilha do Urubu. Isso, no entanto, não está relacionado ao projeto de erguer o estádio próprio. A diretoria continua com estudos de terrenos e de viabilidade para tentar transformar em realidade o sonho da sua arena.

Nesta quinta-feira (23), o Flamengo faz a sua 17ª partida no Maracanã em 2017. Caso passe pelo Junior Barranquilla-COL e avance à final da Copa Sul-Americana, a equipe enfrentará o vencedor do confronto entre Libertad-PAR e Independiente-ARG novamente no palco de duas finais de Copa do Mundo.