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Abad fala sobre crise no Flu: "presidente de time grande não tem paz"

Presidente tricolor falou sobre o momento atual do clube - Nelson Perez/Fluminense F.C
Presidente tricolor falou sobre o momento atual do clube Imagem: Nelson Perez/Fluminense F.C

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/12/2017 04h00

Atrasos salariais, grave crise financeira e, para fechar o ano, o clube com o nome envolvido nas páginas policiais. Em meio ao fogo cruzado nas Laranjeiras, o presidente Pedro Abad aparentou tranquilidade para falar sobre o difícil momento vivido pelo Fluminense, mas preferiu se esquivar dos temas mais espinhosos. 

O mandatário disse que já sabia das dificuldades que o aguardariam desde que assumisse a presidência do Tricolor, e comentou sobre os eventuais danos causados pela "Operação Limpidus", que investiga a relação dos clubes com suas organizadas.

"Presidente de time grande não tem paz. Quando você senta nessa cadeira, você está sujeito a qualquer coisa. Você tem de se cercar das pessoas que te amam para superar as dificuldades", disse Abad, na entrega do prêmio "Craque do Brasileirão". 

O dirigente tricolor prestou depoimento na Polícia Civil e falou sobre as ligações oficiais do Flu com algumas de suas torcidas. Desde setembro o clube financia 200 bilhetes por jogo para determinadas facções, mas o UOL Esporte mostrou que a relação ia além. No jogo diante do Cruzeiro, o Flu alugou dois ônibus para que três facções de deslocassem a Belo Horizonte.

Os ingressos cedidos, todos de meia-entrada, eram repassados sem a necessária comprovação para que o benefício fosse usufruído. Atolado em dívidas que giram na casa de R$ 440 milhões, o Flu arcava com o valor desses tíquetes, que eram lançados nos relatórios financeiros dos jogos, cabendo ao Tricolor o pagamento dos mesmos e o recolhimento dos impostos devidos.

"Temos sempre que pensar, ver o que poderíamos ter feito melhor, se escolhemos as pessoas certas. Mas o ano foi de mais acertos que de erros", afirmou Abad. 

É esperada para esta semana uma conversa mais definitiva entre o técnico Abel Braga e o presidente Pedro Abad, este um dos maiores cabos eleitorais pela permanência do profissional. O mandatário entende que Abel foi fundamental para evitar um desastre maior para o time, que terminou o ano em uma modesta 14ª colocação, a quatro pontos do Coritiba, primeiro time que integra a zona da degola do Brasileiro.

Abel quer um elenco mais encorpado, mas sabe que a missão só será concretizada com muita criatividade. Sem poder de fogo, os tricolores terão de buscar oportunidades de negócios que envolvam alguns de seus principais ativos.

"Temos de colocar tudo às claras e alinhar as expectativas", disse Abad.

De férias, o elenco do Fluminense só retoma as atividades na primeira semana de janeiro. O Flu disputará a Flórida Cup.