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Peres desbanca Modesto em eleição polêmica e é novo presidente do Santos

A chapa de José Carlos Peres e Orlando Rollo derrubou Modesto Roma do poder - Divulgação
A chapa de José Carlos Peres e Orlando Rollo derrubou Modesto Roma do poder Imagem: Divulgação

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos

09/12/2017 23h44

José Carlos Peres será o novo presidente do Santos nos próximos três anos. O candidato da oposição desbancou o favorito Modesto Roma, da situação, em uma eleição marcada por polêmicas. Peres recebeu 1.851 votos, contra 1.661 de Modesto e Andres Rueda (empatados), enquanto Nabil Khaznadar ficou em último com 495 votos.

Modesto Roma obteve um número maior de votos considerável nos últimas urnas de São Paulo e Santos. Na apuração da capital, a porcentagem passou de 8% nas primeira quatro urnas para 45%. Peres, que conseguiu 51% dos votos até a quarta urna, teve uma queda de 17 pontos percentuais, indo a 34%.

Nas urnas da Vila Belmiro, o salto de Modesto foi ainda maior. O mandatário passou de 30% nas primeiras nove urnas para 85%. Peres, por sua vez, saiu de 28% para 7%. Um total de 5.679 votos foram computados, com 9 nulos e 2 brancos.

"Vamos unir o Santos em um só, com amor e determinação. É esse o Santos que nós queremos, e eu conto com cada um de vocês. Cada santista que estará conosco nos grandes desafios que temos pela frente nos grandes desafios que vamos vencer", declarou o novo presidente santista, que parabenizou seus adversários.

"A chapa do Rueda que foi muito bem, parabéns para ele. O Nabil fez um trabalho que tem que ser aplaudido. O próprio presidente [Modesto] tem que ser aplaudido. E a palavra de ordem é união e eu conto com cada um de vocês", acrescentou Peres. Ele prometeu não realizar uma "caça às bruxas" com os funcionários da gestão anterior.

As urnas 9 e 10 causaram muita polêmica e associados esperaram mais de seis horas para votar. Após as 18h, quando terminou o período de votação, os associados que estavam na fila da urna 10 permaneceram no ginásio.

Isso porque as chapas de oposição conseguiram junto ao Conselho Deliberativo que o processo eleitoral fosse realizado com urnas segmentadas em ordem numérica, em vez da ordem alfabética, usualmente utilizada. A ideia dos oposicionistas era identificar numa espécie de urnas separadas os “sócios suspeitos” de 2016.

A suspeita se baseia em reportagem da ESPN, que aponta que o clube recebeu mais de dois mil associados entre novembro e dezembro daquele ano, período próximo do limite estabelecido para que possam ser eleitores no pleito alvinegro.

A oposição aumentou o critério nas urnas nove e dez, fato que deixou o processo eleitoral mais lento. Os oposicionistas, inclusive, expulsaram um grupo de 10 chineses que entrou na fila para votar em Modesto Roma Júnior. O caso aconteceu em São Paulo, na sede da Federação Paulista de Futebol, onde o pleito também ocorreu.

"Nós vamos investigar, vencendo ou não a eleição. Tinha de oito a dez chineses na fila pra votar. Eles foram apertados por todas as chapas de oposição e responderam: vou votar no amarelo, meu patrão mandou votar”, relatou José Carlos Peres, um dos candidatos no pleito.

A situação, por sua vez, alega que membros da oposição estariam tirando pessoas da fila à força. Segundo eles, estão pedindo para os sócios recitarem a escalação do time santista para provarem que são torcedores de verdade.