Topo

"Corinthians é prioridade", diz Andrés sobre possível licença na Câmara

Andrés Sanchez tenta voltar ao poder do Corinthians depois de seis anos - Daniel Augusto Jr. / Corinthians
Andrés Sanchez tenta voltar ao poder do Corinthians depois de seis anos Imagem: Daniel Augusto Jr. / Corinthians

Dassler Marques e Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

11/12/2017 04h00

Líder do grupo que completou dez anos no poder do Corinthians, o deputado federal Andrés Sanches (PT-SP) tentará voltar à presidência do clube alvinegro no dia 3 de fevereiro. Em entrevista ao UOL Esporte, o ex-mandatário corintiano falou sobre os planos para o triênio 2018-2020 e também minimizou o possível abandono do cargo no legislativo ao tratar a decisão como 'corriqueira'.

"Não deveria ser, mas é corriqueiro. Eu tenho prioridades na vida e acho que o Corinthians neste momento é minha prioridade. E se eu vier a ganhar, vou me dedicar ao Corinthians", disse ele, ao ser perguntado se a licença que ele pretende tirar da Câmara dos Deputados, caso seja eleito no clube, é "normal".

Andrés falou sobre temas polêmicos, como a Arena Corinthians. Segundo o deputado, o tema naming rights traz decepção. Apesar disso, o ex-presidente alvinegro mantém o discurso de que o estádio corintiano "é uma solução, e não um problema".

Andrés é o segundo candidato ouvido pelo UOL Esporte. Na última sexta-feira, foi publicada a entrevista de Felipe Ezabella, candidato da chapa 'Corinthians Grande'. Nos próximos dias, os oposicionistas Roque Citadini e Romeu Tuma Júnior também vão falar dos planos para o Corinthians.

UOL Esporte: Você estava em dúvida sobre concorrer às eleições novamente. Por que mudou de ideia?

Andrés Sanchez: Eu não queria, mas o clube vem se reunindo há seis, sete meses, o pessoal da Renovação e Transparência. Pela pequena dissidência que já houve, se eu não fosse candidato, teria mais cinco, seis candidatos da própria Renovação e Transparência. Isso seria ruim para o grupo e principalmente ruim para o clube. Me convenceram que o único que poderia tentar a melhorar isso seria eu. Então vou para o sacrifício mais três anos, até porque tenho responsabilidade e uma paixão enorme pelo Corinthians.

Por ser da situação, você se sente um alvo dos adversários?

Desde que falem a verdade não tem problema nenhum. Se eu errei em alguma coisa, acusar o que eu errei não tem problema. O que fico chateado é insinuarem, dizer, assim como você, que tem as suas fontes, falar coisa que não sei se é verdade, que tenho certeza que é mentira. Mas vocês continuam supondo, seja da imprensa ou seja dos adversários dentro do clube. Agora se eu errei e está provado, tem mais é de falar mesmo.

O que você acha que foi injusto?

Não sei. Quem sou eu para achar que é injustiça? Só fico chateado quando insinuam coisas que não são verdades.

Você vai se licenciar do cargo de deputado...

Se eu ganhar a eleição, no dia seguinte.

Você acha justo com os quase 170 mil eleitores que votaram em você?

Não acho justo, mas na vida há prioridades. Eu procurei representar, se eu ganhar, da melhor maneira possível. Vou me licenciar por quatro, cinco meses e depois vejo o que eu faço. Não tem injustiça. Às vezes você está lá de deputado e o cara te convida para ser secretário ou ministro e você também larga.

Você acha isso normal?

Não deveria ser, mas é corriqueiro. Eu tenho prioridades na vida e acho que o Corinthians neste momento é minha prioridade e se eu vier a ganhar vou me dedicar ao Corinthians.

N.R: Andrés foi eleito em outubro de 2014, com 169.834 votos, sendo o candidato do PT mais votado em São Paulo. O mandato começou em janeiro de 2015 e se encerrará em dezembro de 2018.

Você ainda pensa em voltar à política no futuro?

O futuro a Deus pertence. Já falei que não ia fazer isso e fiz. Já falei que ia fazer aquilo e não fiz. Na vida às vezes em três, quatro meses hoje em dia se muda muita coisa.

Qual é o papel que você imagina para as vices-presidentes?

São mulheres que frequentam o clube há mais de 40 anos, com familiares e tudo. Conhecem muito bem o clube. Eu acho que no futebol brasileiro e mundial precisa inserir mulheres. Elas têm capacidade, têm condições, são professoras formadas. São mães de família e têm de aprender. No clube poucas pessoas conhecem que nem elas. Elas sabem as deficiências, as necessidades, as melhorias, as coisas que estão ruins. Isso vai ser importante.

Andrés - Rodrigo Capote/UOL - Rodrigo Capote/UOL
Andrés foi presidente entre 2007 e 2012
Imagem: Rodrigo Capote/UOL

É mais dentro do clube, então?

Vou fazer elas participarem do futebol como um todo. Elas vão tomar conhecimento do que é o futebol.

Mas está definido mesmo que são as duas?

Até o dia 19 pode mudar, mas a princípio são elas.

Muita gente esperava ser vice. A escolha por elas está ligada à dissidência?

Eu sou contra voltar. Muitos que estavam pretendendo já tinham sido vice-presidente um dia. Acho justo colocar pessoas novas, fazer mais dirigente no clube. Tem de abrir o leque. É hora das mulheres elas estão tomando conta, participando de um monte de coisa. O futebol é uma grande porta para elas.

Seu grupo político traz 'Renovação' no nome. Se você ganhar, serão 13 anos no poder. Isso faz jus ao nome?

São pessoas diferentes. A primeira vez que vai repetir serei eu depois de seis anos. Não tem muito o que fazer. Isso faz parte. Agora se fosse eu 13 anos presidente, perfeito, seria demais. Mas são pessoas diferentes. Tanto é que o Mário dirigiu diferente de mim e o Roberto diferente de mim e do Mário. Com seus acertos e erros, como eu. Agora o que o grupo fez em dez anos no Corinthians não precisa nem falar, todos os sócios e os torcedores sabem.

Você admitiu em dezembro de 2011 que o calcanhar de aquiles da sua gestão era a base. Você prometeu que em seis anos 80% do time teria jogadores da base.

Hoje tá com 55%. Não está tão longe.

Mas não é 80%. E o Arana foi embora.

Você quer ser o melhor jornalista do Brasil?

Quero.

Não quer dizer que você vai ser. Eu vou tentar colocar 80% da base no Corinthians. Agora se vou conseguir. Não é promessa, é tentativa.

Mas teve outra promessa: você disse que o CT da base ficaria pronto em um ano e meio.

Esse foi um erro do Mário e do Roberto de não ter terminado. Essa é uma prioridade que tenho de terminar o ano que vem urgentemente.

Em que mês?

Não sei. Senão você vai falar que sou mentiroso se atrasar um mês. Vocês já falam hoje normalmente.

Andrés e Ronaldo - Rodrigo Paiva/UOL - Rodrigo Paiva/UOL
Andrés ao lado de Ronaldo em 2011: deputado quer o ex-jogador próximo do Corinthians
Imagem: Rodrigo Paiva/UOL

No fim de 2011 você também falou que o Corinthians teria mais porcentagem de jogadores. O Arana saiu para o Sevilla com 40%.

Quando renovou com ele, pagaram o Ralf e o Petros com parte da porcentagem dele. O Corinthians não vendeu nos últimos dez anos 15 jogadores parte de porcentagem.

Você pretende diminuir o poder dos empresários?

Não tenho esse poder. Isso depende do jogador. Se ele assina com o empresário, eu tenho de falar com o empresário. Hoje é lei de dois anos atrás. Senão estaria dividido novamente, como em todos os clubes no mundo, tirando os europeus. Quando compramos o Defederico tinha cinco donos. É um ativo do clube. A Fifa proibiu que terceiros tenham parte econômica de atletas. por isso que não tem mais.

Como você se sente vendo o Arana ser vendido e o Corinthians ficar com apenas 40%?

Faz parte do processo. Quantos jogadores venderam parte e não deu certo? Vocês não falam. Vocês só falam o que deu certo. Eu te falo: em dez anos, não vendeu ou não deu participação de jogadores a mais que 15 jogadores. Por quê? Porque o Corinthians sempre tentou não fazer isso. O Mário vendeu a parte do Arana para pagar o Petros e o Ralf. Foram importantes para o Corinthians ou não? Para ganhar uma coisa tem de abrir mão de outra coisa. Vocês sabem, mas vocês não escrevem. Quando ia fazer um contrato com um jogador de 16 anos, ele pedia 20, 30% dos direitos econômicos. Você negociava 15, 10. Depois de três anos tinha de renovar de novo e ele pedia mais 20, 30%. Ou você dava ou ele ia embora. Então o jogador já saía com 20, 30, 40% só nas renovações. Isso tudo vocês sabem, mas não escrevem, não explicam para o torcedor.

Sobre o Ronaldo. Você declarou que ele não tem agenda para ser diretor.

Eu não falei que ele seria diretor, nunca falei isso. O Ronaldo sempre esteve próximo do Corinthians. Vai do presidente querer usar ele mais ou usar em menos projetos. Comigo ele vai estar muito mais presente, muito mais próximo. Vou dar coisa para ele fazer. O Ronaldo abre mercado, abre portas no mundo. O Corinthians não pode abrir mão disso.

Ele esteve perto de fechar com o marketing do clube, mas deu errado porque ele queria exclusividade na captação de patrocínio. Você chegou a falar isso com ele?

Ninguém tem exclusividade no Corinthians, em hipótese nenhuma. Sou contra exclusividade em qualquer setor.

Que melhorias você planeja para a sede social?

Tem de melhorar um monte de coisa. É mês a mês, ano a ano. Cada ano que passa a piscina tem mais problema, o ginásio tem mais problema. São coisas para rever. Tem de tentar fazer uma parte do parque São Jorge ser mais rentável do que é hoje. Temos lá 150 mil m² que praticamente só as categorias de base que usam para jogar um jogo ou outro ou para treinamento. Isso é um desperdício muito grande, mas não será em três anos que será feito isso. É um projeto para discutir, para ver se nas próximas gestões faz algumas coisas novas.

Quais são seus planos para o futebol feminino?

O Corinthians é obrigado a ter futebol feminino. Só acho que foi um erro do Profut fazer futebol feminino profissional. Tinha de obrigar os clubes a fazer futebol feminino de base. Senão não consegue ter 20 times competitivos no Brasil. Vai ter jogo no Campeonato Brasileiro que vai ser 30 a 0. Não tem prazer em ver isso. O profut tem de obrigar a ter base 15 anos, 17 anos. Quem quisesse pôr profissional pusesse. Mas na lei tem que tem de ter time profissional. Então vamos ter time profissional. Com parceria ou sem parceria.

N.R: Campeão da Libertadores após uma parceria com o Audax, Corinthians anunciou na semana passada que não renovará o vínculo com o clube depois de uma decisão em conjunto.

Como está a reorganização financeira do estádio. Como será isso?

Se ganhar a eleição, vamos negociar. Quando foi feito o projeto da Arena, a parte financeira, foi aprovado do Cori, foi aprovado no Conselho. Tinha arquiteto, engenheiro, economista. Em três, quatro anos para cá mudou a economia brasileira, entrou nunca crise nunca vista. Isso obviamente também atingiu a arena e outros projetos no país. Tem de sentar na mesa, renegociar e tentar ver a melhor maneira. Sou contra aumentar prazo senão aumentaria juros. Mas tem de sentar na mesa para ver a melhor maneira.

Em relação à Odebrecht, é inevitável a saída deles da Arena?

É questão de tempo. Quem fala de tudo isso é o presidente do Corinthians. eu não tenho participado faz tempo.

Você sempre fala que a arena não é problema, é solução.

Lógico que é.

Pensa assim mesmo com tantos problemas no pagamento?

Qual é o problema do pagamento? Não está atrasado.

Mas só pagou oito parcelas né...

Pagou juros, pagou oito parcelas, pagou quatro nos últimos meses.

N.R: o Corinthians pagou oito parcelas entre agosto de 2015 e março de 2016. Depois de mais de um ano e meio, o clube voltou a pagar o financiamento após uma renegociação com a Caixa.

Como você se sente em não ter conseguido fechar o naming rights?

Triste, decepcionado. É uma cultura brasileira que nos próximos anos com certeza todo mundo vai ter mais consciência disso. Na Europa, quando começou, também teve dificuldade. Nos Estados Unidos também. No Brasil não é diferente.

Você acha que perdeu o tempo certo lá atrás e fechado em 2011?

Não. A gente está tentando fechar desde o dia que começou a fazer o estádio. Não é querer fechar. É um monte de problema que tem. Se eu falar aqui, vão falar que é desculpa. Faltou competência, faltou oportunidade, faltou cultura para o brasileiro entender que batizar uma arena é uma grande receita para o clube.

Você ainda acha possível fechar?

Lógico que é.

Dentro do seu plano para pagar a Arena na sua gestão tem o naming rights?

Faz parte. Do meu e de qualquer um. Se vai conseguir ou não, o tempo vai dizer.

N.R: Andrés sempre frisou que fecharia o naming rights em caso de propostas de, no mínimo, R$ 400 milhões por 20 anos de contrato.

Você fala em manter o prazo de pagamento das parcelas, com diminuição do repasse mensal. Isso aliviaria até 2020. Você acha justo com o próximo presidente do Corinthians, que assumirá justamente em 2020?

Tudo foi aprovado no Conselho. Todo mundo sabe que tem de pagar isso: R$ 980 milhões mais correção. Não vejo ninguém falar que o estádio do Grêmio custou mais de R$ 700 milhões. Ninguém coloca juros. Aqui falam que custou R$ 1,3 bilhão. Pô, o estádio custou R$ 980 milhões. São as correções, normal, todo mundo sabia que ia ter juros.

Em relação às receitas do estádio, seu grupo já avaliou de que forma arrecadar mais dinheiro?

Isso é só o tempo. Falta cultura para o brasileiro fazer eventos em estádio de futebol. Cada ano que passa está muito mellhor. Quando começou era um caos, no ano seguinte foi um pouquinho melhor. Esse ano já foi bem melhor. Não tenho os números que fechou fora o futebol, mas já foi melhor. Cada ano que passa será melhor. A pessoa está acostumada a fazer casamento, festa de aniversário, a fazer eventos na Arena. Tem espaço para tudo isso aí.

Você pretende abrir para grandes shows?

Na Arena, não. Vejo nos dois estacionamentos.

Mas são poucos. Você pretende aumentar?

Não. Quantos shows teve esse ano no Allianz Parque? Uns seis, sete. Quanto teve no Morumbi? Três? Show de grande proporção, com 70, 80 mil pessoas hoje em dia é raro.

Andrés Sanchez - Alex Ferreira/Câmara dos Deputados - Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Andrés minimizou possível saída da Câmara dos Deputados pelo Corinthians
Imagem: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

Tem ido dinheiro do clube para ajudar nas contas?

Uma vez só. O ano passado. Não é para pôr dinheiro do clube no estádio. Não é para pôr. Não vai pôr um centavo. E se for pôr, tem de chamar o Conselho e aprovar no Conselho. A receita da Arena é tudo para pagar o estádio. O Corinthians já não tem bilheteria.

Isso pesou demais?

Isso pesou demais, não. Existia Arena antes de se falar que pesou demais? Não existia Arena, existia o Pacaembu. E no Pacaembu nunca passou de R$ 10 milhões por ano.

A média era de R$ 30 milhões por ano.

Líquido R$ 10 milhões. No melhor que foi em 2012 não chegou a R$ 11 milhões. Bruto, 25, 30. Mas líquido era de R$ 10 a 12 milhões. É isso que o Corinthians está participando. Todo mundo sabia que toda receita ia para pagar a Arena. Foi aprovado. Não foi feito por uma pessoa, foi feito por todos.

Como você pretende equilibrar as contas?

Aumentando a receita.

Com austeridade?

Isso tem de ter sempre, mas é aumentar receita. O Corinthians não divide dividendo, não divide lucro. O Corinthians tem de procurar ter um time competitivo, manter o patrimônio, aumentar o patrimônio e tentar ter a menor dívida possível.

E como você pretende aumentar as receitas?

Trabalhando.

Como, na prática?

Em muitos sentidos e setores. Onde puder ser arrecadado vamos trabalhar.

Como você vê um time como o Corinthians sem patrocinador master por tanto tempo em 2017?

Se você tirar 26 clubes do Brasil que tem a Caixa, também não teriam patrocinador master. A crise brasileira afetou todo mundo.

E por que o Corinthians não renovou com a Caixa?

Porque o presidente falou que o valor era menor. Eles queria exigências maiores em um monte de outra coisa.

Você teria renovado?

Eu não. Da maneira que o Roberto me falou, não. Eles pagavam R$ 30 milhões e queriam 25. E mais um monte de exigências financeiras.

Não era melhor ter fechado 25 em vez de não ficar com nada?

Depende. Isso é estratégia de cada um. Talvez ele esteja valorizando. O Corinthians hoje está entre os cinco maiores patrocínios sem patrocinador master. se pegar os patrocínios que tem lá, dá uns R$ 30, 40 milhões por ano.

É uma prioridade sua?

Minha e de qualquer um.

Na eleição de 2015, o Corinthians contratou o Vagner Love um dia antes da eleição.

Se o Roberto contratar amanhã o Messi, vou ficar contente.

Se você for eleito, existe a possibilidade de alguma contratação de impacto?

Nos primeiros meses, não. Até porque quem está montando o time é o presidente.

Sobre o Alessandro. Você tem algum problema com ele?

Não tenho nenhum problema com ele, pelo contrário.

Andrés 2 - Diego Salgado/UOL - Diego Salgado/UOL
Deputado federal tenta voltar ao comando do Corinthians depois de seis anos
Imagem: Diego Salgado/UOL

Se você vencer a eleição, ele será o seu gerente de futebol?

Ele está fazendo um bom trabalho. É o último gerente campeão brasileiro. Vai mexer para quê?

Em relação à anistia aos sócios inadimplentes...

Não foi anistia. Deram desconto. Eu sou contra totalmente a anistia, desconto. Sou a favor que, quando se deve, tem de pagar 100%. Não é justo com quem paga o ano todo. Desde quando entrei foi assim.

O Roberto tentou romper com a Omni o contrato do estacionamento e renegociar o contrato do Fiel Torcedor. Caso você seja presidente, como vai abordar esse assunto?

Vou pegar todo mundo que é contra a Omni e escolher a melhor licitação do Brasil e colocar na mesa. Não tem problema nenhum, não. Todos os contratos serão refeitos e revistos. Aqueles que a gente conseguir melhorar, vamos melhorar. Senão se cumpre o contrato.

Você acha que, como o presidente disse, ele é desfavorável ao Corinthians?

Não acho que é desfavorável. É 60% para o clube e 40 para a Omni. Só que toda despesa de tecnologia, de funcionário, de tudo, é da Omni, A Omni não ganha 40%. Ela tem de pagar tudo. Você pode dar 4% para a Omni e ficar com 96% desde que você pague tudo. É opção de trabalho.

Sobre a SPR, um contrato que foi muito discutido durante a gestão do Roberto. Você pretende trocar, fazer uma renegociação?

Vai ser discutido na época. Se tiver acabando, vamos abrir uma licitação para outras empresas que querem entrar. vamos ouvir a melhor proposta para o Corinthians.

Como você vê o fechamento de tanta loja?

Eu estou vendo um monte de empresa fechando. Infelizmente é o que o mercado está vivendo hoje.

Em relação às dívidas. Em 2007 ela era de R$ 100 milhões e em 2011, quando você deixou a presidência, ela era de 190 milhões.

Você está errado.

Dados do Raul.

O Raul é mentiroso, incompetente. Pode falar que eu falei. Quando eu peguei o Corinthians era R$ 101 milhões a dívida. E faltavam R$ 42 milhões que não estava no balanço do Nilmar. Esquece. Então era R$ 143 milhões. Eu saí estava R$ 177 milhões de dívidas.

N.R: Raul Corrêa foi diretor de finanças da gestão Andrés Sanchez e Mário Gobbi. Ele deixou o cargo no começo de 2015 para a entrada de Emerson Piovezan. Em contato com a reportagem, Corrêa disse que a dívida corintiana ao fim da gestão Dualib era de R$ 99,5 milhões, já incluindo as cifras ligada a Nilmar. Ao fim da gestão Andrés, de acordo com ele, a dívida chegou a 178 milhões. Corrêa ainda refutou as declarações de Andrés. "Só me resta lamentar o destempero do Deputado, que a proposito, há poucas semanas, me convidou para ser seu primeiro vice nas próximas eleições."

Então aumentou...

Depois de quatro anos e meio aumentou. É dívida ou investimento?

O que você pretende fazer para diminuir a dívida?

Aumentar receita. O Corinthians não divide lucro, não divide dividendo. O Corinthians é um clube sem fins lucrativos. O Corinthians tem de investir no sócio, no clube e no futebol. A dívida, desde que se pague em dia, pode ficar devendo R$ 1 bilhão. Desde que eu arrecade R$ 2 bilhões.