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Assessor e gerente do Fluminense são presos em operação da Polícia Civil

Delegada Daniela Terra, responsável por operação de caso de ingressos no Rio - Leo Burlá/UOL
Delegada Daniela Terra, responsável por operação de caso de ingressos no Rio Imagem: Leo Burlá/UOL

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/12/2017 06h38Atualizada em 12/12/2017 08h40

A segunda fase da Operação Limpidus prendeu nesta segunda-feira o assessor da presidência do Fluminense, Arthur Mahmoud, e Filipe Dias, gerente de operações de arenas do clube carioca. A ação da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática e do Ministério Público com o Juizado Especial do Torcedor investiga a relação entre clubes e distribuição de ingressos para integrantes de torcidas organizadas.

Os dois prestaram depoimentos na última semana. Nesta segunda-feira, Filipe não foi encontrado pelas autoridades em sua casa. Mais tarde, contudo, o gerente do Fluminense se apresentou à polícia. O clube saiu em defesa dos funcionários por meio de um comunicado.

"O Fluminense Football Club afirma que confia na correção dos seus funcionários Filipe Dias, gerente de Operações de Jogos e Arenas, e Artur Mahmoud, assessor de imprensa da presidência. Eles já prestaram todos os esclarecimentos quando chamados a depor como testemunhas. O clube considera as prisões desnecessárias e arbitrárias, e reafirma que vai seguir auxiliando nas investigações da Polícia Civil e do Ministério Público", diz o texto.

Leandro Schilling, funcionário da Imply, empresa responsável pelos ingressos dos jogos do Flamengo, também foi preso. Nesta segunda-feira, a polícia ainda pretende cumprir mandados contra dirigentes e funcionários do Vasco e líderes de organizadas. Alesson Galbão de Souza, presidente da torcida organizada Raça Fla, também foi detido.

“A Imply afirma que todos os ingressos dos jogos do Clube de Regatas do Flamengo são entregues direta e exclusivamente ao clube e registrados em protocolo. A empresa não compactua e não tolera qualquer ato que comprometa os valores éticos estritamente seguidos desde a sua fundação, há 15 anos", declarou a empresa responsável pelas entradas em nota.

"Essa investigação vem desde março deste ano. A gente descobriu que existe um esquema muito grande de venda, de repasse de ingressos de clubes para presidentes de organizadas. E esses ingressos, muitas vezes, caíam nas mãos de cambistas. Tudo vai ser explicado, clareado, porque todo mundo ganha de alguma forma, e quem perde é a sociedade, o povo, a pessoa de bem, que quer assistir seu jogo e não consegue", disse Daniela Terra, delegada da Polícia Civil responsável pelo caso, à "Globo News".

A operação começou para investigar a relação entre clubes e torcidas organizadas. A polícia identificou que mesmo as torcidas que estão banidas dos estádios recebiam regularmente os ingressos, que eram repassados para cambistas e vendidos a preços altíssimos.

O Fluminense é o terceiro time do Rio de Janeiro afetado pela operação da Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público do Rio. No dia 1º de dezembro, a Justiça do Rio determinou o afastamento do vice-presidente de estádios do Botafogo, Anderson Simões, e dois funcionários do Vasco: Rodrigo Granja Coutinho dos Santos, conhecido como “Batata”, e Edimilson José da Silva, o “Tubarão”.

No mesmo dia, o presidente do Fluminense, Pedro Abad, e o vice de futebol do Vasco, Eurico Brandão, haviam sido conduzidos coercitivamente para prestar depoimento. O dirigente do time tricolor admitiu ter feito um acordo para o repasse de tíquetes para algumas torcidas, como maneira de angariar apoio na arquibancada – o Fluminense chegou a brigar contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

A Operação Limpidus já prendeu três membros de torcidas organizadas do Fluminense no último dia 1º de dezembro: Manuel de Oliveira Menezes (presidente da Young Flu), Luiz Carlos Torres Júnior, (vice-presidente da Young Flu), e Ricardo Alexandre Alves, o Pará (presidente da Força Flu).