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Operação indica conivência de presidente do Flu em caso de ingressos

Pedro Abad, presidente do Fluminense, está sendo investigado pela polícia - NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.
Pedro Abad, presidente do Fluminense, está sendo investigado pela polícia Imagem: NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/12/2017 11h10

A segunda fase da Operação Limpidus prendeu nesta segunda-feira o assessor da presidência do Fluminense, Arthur Mahmoud, e Filipe Dias, gerente de operações de arenas do clube carioca. A ação da Delegacia de Repressão aos de Informática e do Ministério Público com o Juizado Especial do Torcedor investiga a relação entre clubes e distribuição de ingressos para integrantes de torcidas organizadas.

Em entrevista coletiva realizada na Cidade da Polícia, as autoridades responsáveis indicaram que pessoas da alta cúpula dos clubes poderãio ser chamadas a depor e, enventualmente, também serem detidos por conivência com o crime de cambismo.

“A investigação continua, todas as pessoas citadas e chamadas na primeira fase da operação podem ser chamadas, denunciadas ou com a prisão temporária decretada”, explicou o promotor Marcos Kac, do Grupo de Atuação Especializada em Estádios (Gaedest) do Ministério Público.

A delegada Daniela Terra, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) afirmou que o presidente Pedro Abad sabia do repasse dos bilhetes:

“Abad deixou claro que daria ingressos até o final do brasileiro. O Carlinhos (dirigente de organizada preso na operação) ganhou 200 ingressos que seriam distribuídos para as outras torcidas. A reunião que selou isso aconteceu com Abad e com Artur".

Os dois funcionários tricolores presos nesta manhã prestaram depoimentos na última semana. Nesta segunda-feira, Filipe não foi encontrado pelas autoridades em sua casa. Mais tarde, contudo, o gerente do Fluminense se apresentou à polícia. Leandro Schilling, funcionário da Imply, da empresa responsável pelos ingressos dos jogos do Flamengo, também foi preso. Nesta segunda-feira, a polícia ainda pretende cumprir mandados contra dirigentes e funcionários do Vasco e líderes de organizadas. Alesson Galvão de Souza,torcida organizada Raça Fla, também foi detido.

A operação começou para investigar a relação entre clubes e torcidas organizadas. A polícia identificou que mesmo as torcidas que estão banidas dos estádios recebiam regularmente os ingressos, que eram repassados para cambistas e vendidos a preços altíssimos.

O Fluminense é o terceiro time do Rio de Janeiro afetado pela operação da Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público do Rio. No dia 1º de dezembro, a Justiça do Rio determinou o afastamento do vice-presidente de estádios do Botafogo, Anderson Simões, e dois funcionários do Vasco: Rodrigo Granja Coutinho dos Santos, conhecido como “Batata”, e Edimilson José da Silva, o “Tubarão”.

No mesmo dia, o presidente do Fluminense, Pedro Abad, e o vice de futebol do Vasco, Eurico Brandão, haviam sido conduzidos coercitivamente para prestar depoimento. O dirigente do time tricolor admitiu ter feito um acordo para o repasse de tíquetes para algumas torcidas, como maneira de angariar apoio na arquibancada – o Fluminense chegou a brigar contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

A Operação Limpidus já prendeu três membros de torcidas organizadas do Fluminense no último dia 1º de dezembro: Manuel de Oliveira Menezes (presidente da Young Flu), Luiz Carlos Torres Júnior, (vice-presidente da Young Flu), e Ricardo Alexandre Alves, o Pará (presidente da Força Flu).