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Everton faz golaço, decide a semi e se reafirma como o talismã do Grêmio

Luiza Oliveira

Do UOL, em Abu Ain (Emirados Árabes)

12/12/2017 17h46

Quando Renato Gaúcho chamou Everton na beira do campo aos 26 minutos do segundo tempo, muitos gremistas presentes no estádio Hazza Bin Zayed deram um sorrisinho de lado. No fundinho, sabiam que era ele quem iria decidir. Não deu outra. O jogador marcou na prorrogação, colocou o Grêmio na final do Mundial com a vitória sobre o Pachuca por 1 a 0, nesta terça-feira, e reforçou o status de talismã.

Não foi novidade. Everton já havia brilhado na conquista da Copa do Brasil de 2016. Foi dele o gol contra o Palmeiras, nas quartas de final, que garantiu a vaga para confronto seguinte contra o Cruzeiro. Na final contra o Atlético-MG mais uma vez ele apareceu e deixou sua marca.

Se Everton foi reserva o ano todo, nem parece. Mesmo sem o colete de titular, foi quem mais jogou pelo Grêmio no ano com 60 jogos e 11 gols. "Já faz algum tempo que venho entrando e dando conta do recado. Foi provado a força do nosso grupo. Conseguimos segurar a vantagem", afirmou o atacante após o fim da partida.

Dessa vez foi com emoção, do jeito que tinha que ser. Everton entrou no jogo aos 26 minutos do segundo tempo no lugar de Michel e não apareceu no tempo normal. Mas se o time estava com dificuldades era melhor resolver logo sozinho. Aos 4 minutos da prorrogação, fez uma bela jogada individual e mandou no ângulo do goleiro do Pachuca. O gol alavancou o jogador que começou a aparecer mais no jogo e caiu ainda mais nas graças da torcida.

E o gol foi justamente ali do lado da maior parte da torcida do Grêmio que explodiu em emoção. Àquela altura, já não conseguia mais esconder o nervosismo no tempo extra mesmo se esforçando para não parar de cantar. Everton deu aquele alívio para os turbantes tricolores que no fim se renderam à festa. "Está chegando a hora, o dia já vem raiando meu bem. Eu tenho que ir embora", gritavam.

O discurso do jogador no fim do jogo reforçou ainda mais o motivo de Everton ser um xodó dos tricolores. "Hoje era o jogo das nossas vidas, como agora vai ser a final. Todo jogador sonha com este momento. Tem atletas com mais de 30 que não sabem se vão viver novamente. Tem que dar o sangue e comer grama."

A ambição de Everton ainda não tem fim. Depois do gol salvador, o atacante já começou a focar na grande final do torneio para cravar o seu nome de vez na cabeça dos gremistas. "Momento importante na minha carreira e para a história do Grêmio. Podemos cravar o nosso nome de vez na história do Grêmio."

Mais aliviada que a torcida deve ter respirado a diretoria que recusou uma proposta pelo jogador na última janela de transferências. O clube gaúcho recebeu contato de vários interessados como times da Rússia, da Espanha e até do Manchester City. Havia quem quisesse pagar 7 milhões de euros (cerca R$ 25 milhões) por Everton e o Grêmio disse 'não'. Ainda bem! Agora, se se vier o Real Madrid lá estará ele no banco prontinho para quando Renato chamá-lo.