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Grêmio sofre, vence com golaço na prorrogação e está na final do Mundial

Honda Pachuca Grêmio - Hassan Ammar/AP - Hassan Ammar/AP
Japonês Honda, ex-Milan, encontrou espaços e levou perigo à defesa gremista
Imagem: Hassan Ammar/AP

Do UOL, em Porto Alegre (RS)

12/12/2017 17h31

Foi no sufoco, mas o Grêmio está na final do Mundial de Clubes da Fifa em 2017. Na tarde desta terça-feira, horário brasileiro, em partida disputada em Al-Ain, nos Emirados Árabes Unidos, o time comandado por Renato Gaúcho venceu o Pachuca, do México, pelo placar de 1 a 0 e assegurou um lugar na disputa pelo título. O gol saiu somente aos 5min do primeiro tempo da prorrogação dos pés do reserva Everton, que, em grande jogada individual, definiu o jogo.

O campeão sul-americano enfrentou um adversário que valorizou a posse de bola e impôs grandes dificuldades. Sem Arthur, eleito o craque da final da Copa Libertadores, o Grêmio cedeu espaços e pouco criou, dependendo muito de Luan – muito marcado – para ameaçar a meta do baixinho goleiro Oscar Pérez, veterano de 44 anos e apenas 1,72m.

O sufoco durou mais do que os 90min previamente esperados para a partida. Quando o relógio apontava 5min do primeiro tempo da prorrogação, Cortez acelerou a cobrança de lateral e achou o atacante Everton. O camisa 11 cortou o zagueiro e chutou firme, sem chances de defesa para o goleiro adversário. Um golaço para espantar a angústia e selar a classificação da equipe tricolor.

Agora na decisão e a um jogo de conquistar pela segunda vez o Mundial de Clubes – na primeira, em 1983, Renato Gaúcho era protagonista como atacante do clube -, O Grêmio vai encarar o vencedor de Real Madrid e Al-Jazira, representante local. Os dois times se enfrentam nesta quarta-feira, às 15h (de Brasília), em Abu Dhabi, cidade que recebe a decisão no sábado, também às 15h.

Quem foi bem: Geromel

Geromel Grêmio Pachuca - Matthew Childs/Reuters - Matthew Childs/Reuters
Geromel fez partida quase impecável; capitão gremista se destacou no pior momento
Imagem: Matthew Childs/Reuters

Precisamos falar de Pedro Geromel, capitão e referência da defesa do Grêmio. Em uma partida tensa e carregada de responsabilidade para o time gaúcho, o zagueiro sobrou em tranquilidade e desempenho. Mesmo sem jeito de zagueiro, comprovou mais uma vez ser um grande defensor, com partida quase impecável. Com tempo de bola, acumulou antecipações e conseguiu se manter firme mesmo quando o Pachuca rondou a área e viveu momento melhor no duelo, durante boa parte da segunda etapa.

Quem foi mal: Lucas Barrios

Enquanto a referência na defesa sobrou, a do ataque deveu. Lucas Barrios perdeu a maioria das disputas com os zagueiros adversários e pouco segurou a bola para dar dinâmica ao ataque gremista. Renato Gaúcho logo diagnosticou o problema e sacou o paraguaio com 10min da etapa final. Jael, o substituto, elevou o nível e a competitividade da equipe na linha mais ofensiva. Com o camisa 9, o Grêmio, enfim, pressionou e se impôs.

Mundial é sinônimo de prorrogação

Renato Gaúcho Grêmio Pachuca - Hassan Ammar/AP - Hassan Ammar/AP
Em 1983, Renato Gaúcho decidiu na prorrogação; agora, no banco, passou novo sufoco
Imagem: Hassan Ammar/AP

Nunca foi fácil para o Grêmio quando o assunto é Mundial de Clubes. Pela terceira vez na disputa – a primeira no novo formato -, a equipe sempre encarou a prorrogação pela frente. Em 1983, depois de 1 a 1 no tempo normal, Renato Gaúcho decidiu no Em 1983, depois de 1 a 1 no tempo normal, Renato Gaúcho decidiu no tempo-extra e decidiu contra o Hamburgo. Já em 1995, após partida sem gols, os gaúchos caíram nos pênaltis para o Ajax. No terceiro jogo, terceiro duelo com mais de 90min – novamente com final feliz.

Cortez salvador

Bruno Cortez foi o nome do Grêmio no primeiro tempo. Se na Libertadores Marcelo Grohe fez milagres contra Barcelona-EQU e Lanús-ARG, no Mundial coube ao camisa 12 operar lance improvável. O lateral esquerdo bloqueou Honda duas vezes e salvou o Tricolor de algo pior. No ataque, também foi salvador: bateu rapidamente o lateral para Everton, que, no mano a mano, anotou o golaço que definiu a classificação gremista à final.

Arthur faz falta

Grêmio Luan Pachuca - Amr Abdallah/Reuters - Amr Abdallah/Reuters
Luan recebeu forte marcação dos mexicanos e enfrentou dificuldades durante os 90min
Imagem: Amr Abdallah/Reuters

Eleito o melhor jogador da final da Libertadores, Arthur fez muita falta ao Grêmio. Responsável por comandar o ritmo do time no meio-campo e também referência criativa na construção de jogadas, o jovem meio-campista desfalca o time no Mundial em virtude de uma lesão no tornozelo. Sem o camisa 29, os gaúchos enfrentaram dificuldades na saída de jogo - foram pelo menos dois erros de passes que geraram perigo ao gol de Marcelo Grohe - e apelaram para o jogo de pivô com Jael na segunda etapa para ameaçar os mexicanos.

Artilheiro no ano decepciona

Lucas Barrios é o artilheiro do Grêmio na temporada, mas foi mal em Al Ain. O desempenho dele também foi reflexo da atuação do Tricolor, pouco criativo. Para tentar mudar o cenário, Renato Gaúcho tirou o camisa 18 logo aos 10 minutos da etapa final.

Desempenho do Grêmio

O Grêmio sentiu (e como) a ausência de Arthur. Sem o volante, o Tricolor teve enorme dificuldade para fazer a transição ofensiva. Sem saída qualificada com passes curtos e por dentro, o jeito foi apelar para os lados e bolas longas – tanto pelo alto como pelo chão. O resultado não foi nada bom. Um primeiro tempo sem nenhuma chance real de gol.

As dificuldades de criar também foram acompanhadas de problemas na marcação. Assim, o time gaúcho fechou o primeiro tempo com menos posse de bola: 48%.

Na etapa final duas trocas bem cedo melhoraram o Grêmio. Uma delas foi de posicionamento e outra com uma substituição. Ramiro trocou de função com Jailson e ajudou a saída de bola. Barrios, de atuação discretíssima, deu lugar a Jael e o ataque ganhou um pivô.

Desempenho do Pachuca

Keisuke Honda e Urretaviscaya foram os protagonistas do Pachuca no primeiro tempo. O japonês com bastante liberdade para circular no setor central do campo e o uruguaio forçando a disputa às costas de Bruno Cortez. Sorte do Grêmio que o time mexicano não conseguiu transformar posse de bola em gol. Na primeira etapa sequer houve chance de gol.

No segundo tempo o Pachuca conseguiu iniciar bem e marcando forte, mas depois recuou. Talvez pelo cansaço acumulado das quartas de final, quando jogou prorrogação diante do Wydad Casablanca. Ou pela postura mais agressiva do Grêmio.

FICHA TÉCNICA
GRÊMIO 1 x 0 PACHUCA-MEX

Data e hora: 12/12/2017 (terça-feira), às 15h (Brasília)
Local: estádio Hazza Bin Zayed, em Al Ain (Emirados Árabes)
Público: 6.428 pessoas
Árbitro: Felix Brych (ALE)
Auxiliares: Mark Borsch (ALE) e Stefan Lupp (ALE)
Árbitro de vídeo: Clément Turpin (FRA)
Auxiliares de vídeo: Malang Diedhiou (SEN) e Felix Zwayer (ALE)
Cartões amarelos: Kannemann, Ramiro e Jael (GRE); Guzmán, Garcia e Hernandez (PAC)
Cartões vermelhos: Guzmán (PAC)

Gols:
GRÊMIO: Everton, aos 5min do 1º tempo da prorrogação

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Edilson (Léo Moura), Geromel, Kannemann e Bruno Cortez; Jailson, Michel (Everton), Ramiro, Luan e Fernandinho (Rafael Thyere); Lucas Barrios (Jael).
Técnico: Renato Gaúcho

PACHUCA-MEX: Pachuca: Pérez; Martínez, González, Murillo e García (Sagal); Hernández, Erick Aguirre (Sanchez), Guzmán e Honda; Urretaviscaya (Cano) e Jara (Herrera).
Técnico: Diego Alonso