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Antonio Lopes deixa gerência do Botafogo; Angioni e Gomes são cotados

Antonio Lopes estava no Botafogo desde 2015 - Satiro Sodre/SSPress
Antonio Lopes estava no Botafogo desde 2015 Imagem: Satiro Sodre/SSPress

Bernardo Gentile e Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/12/2017 20h16

Criticado por boa parte da diretoria e da torcida, Antonio Lopes não é mais o gerente de futebol do Botafogo. Em texto publicado em seu site oficial, ele informou que foi comunicado sobre o desligamento.

Com o posto vago, Ricardo Gomes e Paulo Angioni surgem como os favoritos para a função. Outro cotado, Paulo Autuori acertou com o Fluminense.

Na nota, Lopes destacou as dificuldades vividas em General Severiano e disse que foi o seu mais difícil trabalho como gestor em toda a sua longa carreira. Em tom de agradecimento, ele falou sobre a reconstrução de um clube que estava sem crédito e disputaria a Série B em 2015.

Confira a íntegra da nota:

Trabalhei como gestor dois anos na CBF, tendo sido pentacampeão mundial em 2002. Um ano e meio no Atlético Paranaense com resultados muito significativos, como um vice de Copa do Brasil e um terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, classificando para a Libertadores. Mas o trabalho no Botafogo foi diferente...

O mais árduo dos três, com certeza. Chegamos a um clube que passava por dificuldades seríssimas. Vinha de uma queda da Série A para a B. Da pior campanha da história em campeonatos estaduais. Dívida de alguns meses de salário com atletas e funcionários. Cinco jogadores no elenco. Nenhum atleta queria jogar no clube, pois a credibilidade era difícil.

Juntamente com a direção, capitaneada por um grande presidente (principal responsável pelo ressurgimento do clube), com funcionários, comissão técnica e atletas, trabalhamos exaustivamente para tirarmos o clube daquela situação. Foi gratificante, emocionante ver a evolução e os resultados começarem a surgir em todos os setores.

Dentro do campo fomos crescendo vertiginosamente: campeões da Taça Guanabara, duas finais de estaduais disputadas, campeões da Série B, classificação para a Libertadores, semifinal de Copa do Brasil, quartas de finais de Libertadores (quem passasse ali seria campeão). Revelações de jogadores da base, através de um trabalho de integração que rendeu e ainda vai render muitos frutos.

Me orgulharam bastante os ambientes maravilhosos criados, de respeito, companheirismo, hierarquia, disciplina.Muitos pensam que a única função desse cargo é montar elenco. Tenho muito orgulho de nós do departamento de futebol termos montado os elencos que montamos nesses três anos, apesar das muitas dificuldades que todos conhecem. Mas as funções desse cargo vão muito além, entre outras, de dar suporte e estabilidade às comissões técnicas, em especial ao treinador, cargo este que exerci aproximadamente por 30 anos.

O cargo de gestor está começando a ter uma rotatividade muito grande e me orgulho de ter ficado três anos em um clube de tamanha grandeza (posso estar enganado, mas acredito que eu, Rodrigo Caetano no Flamengo e Alexandre Mattos no Palmeiras éramos os profissionais com mais tempo no cargo dentre os clubes da série A . Nós 3 entramos em dezembro de 2014) .

Agradeço à torcida do Botafogo por todo o carinho que sempre demonstrou comigo, todos os funcionários que tive o prazer de trabalhar, comissões técnicas, atletas e diretoria, em especial à Aníbal Rouxinol, Cacá Azeredo e ao incansável, competentíssimo Carlos Eduardo Pereira, que com certeza já entrou para a história como um dos grandes nomes do clube.