Willian curou frustração das lesões no Palmeiras com "filho de coração"
O ano de 2017 terminou com altos e baixos para Willian. Embora finalize a temporada como o artilheiro do Palmeiras com 17 gols - número que surpreendeu até mesmo o próprio -, ficou a frustração pelas duas lesões musculares, especialmente a que o tirou do decisivo duelo contra o Barcelona-EQU, nas oitavas de final da Copa Libertadores. Para curar estes momentos difíceis, o "Bigode" se apegou mais do que nunca aos familiares: a mulher Loisy, as filhas Filippa e Mariah e o "filho" Daniel, com quem um profissional já experiente no esporte mais popular do país aprende todos os dias dentro de casa.
Daniel tem oito anos e nasceu com síndrome de Down. Primo da companheira do jogador, o menino vive sob o mesmo teto da família desde 2015, quando Willian defendia o Cruzeiro, em Belo Horizonte. Não há papel ou qualquer documento que protocole a paternidade do centroavante palmeirense, mas a convivência diária tornou isso apenas secundário. Daniel é integrante da família, cada vez mais adaptado à rotina do papai jogador, que contou sobre esta relação de maneira exclusiva ao UOL Esporte.
"Não saía pai. Saía 'papa', 'bobo', 'bubu'. Agora sai 'papai' e 'mamãe'. Ele está tendo uma evolução muito grande. Ficamos gratos porque é pelo o que mais lutamos. Por exemplo, às vezes ele está sentindo alguma dor e não consegue transmitir diretamente para a gente. Com muita fé, ele estará falando completamente já, já e não irá parar mais. (...) Hoje chamamos ele de filho, e ele me chama de papai", contou um orgulhoso Willian, que tem em Daniel - assim como nas filhas - alguém para afastar as frustrações e pressões da carreira de quem atua em um grande clube como o Palmeiras.
"Os filhos ajudam nesta questão das frustrações, e o Daniel também. Tento separar trabalho e família. Família é o nosso pilar. Não podemos misturar os nossos problemas, os dias difíceis, com a família. Não adianta ficar triste e não falar com ninguém. Eles quatro são a minha base. Sempre tento esquecer os momentos tristes e curtir com eles", acrescentou o jogador.
O menino parou na vida do palmeirense depois de muito diálogo. A sogra e a mulher de Willian conversaram com os pais biológicos, e Daniel passou a morar com a mãe de Loisy, uma professora aposentada, no interior. Os cunhados do jogador, fisioterapeutas, ainda agregaram um tratamento mais profissional para o menino crescer com tranquilidade e estrutura.
"Minha sogra e a esposa viram que ele tinha essa patologia e que precisaria de um cuidado especial, aí conversaram com os pais. Para mamar uma mamadeira, por exemplo, ele levava entre 40min e 1h. A criança com Down tem esta dificuldade de pequeno, e a família decidiu que o menino teria mais estrutura para evoluir", recorda-se o jogador, que também possui excelente relação com os pais biológicos do menino.
"Os pais entendem o cuidado e o amor que damos, além do que queremos para o Daniel, sempre estar melhorando. Temos, graças a Deus, a parte financeira legal para dar este cuidado especial para ele", afirma Willian.
Apaixonado pelo filho Daniel, Willian se divide com as meninas Filippa e Mariah, que são diariamente alertadas pelo jogador e a mulher sobre a condição especial do irmãozinho com quem passaram a conviver há dois anos. O jogador toma todo cuidado, assim como a sua companheira, para integrar Daniel cada vez mais com a sociedade.
O menino, que conta com a ajuda de profissionais na própria casa de Willian, estuda em uma escola junto com as irmãs de criação e recebe sempre que possível a visita dos pais biológicos. Na base do diálogo diário, o casal evita estranhamentos e ajuda Daniel a crescer com mais estrutura e agregado ao dia a dia de um pai jogador famoso de futebol.
"Ele é apaixonante e muito carinhoso, aprendemos muito com ele. A Filippa e a Mariah já entendem que o Daniel é um filho e um irmãozinho que não é de sangue, mas de coração. A Loisy sempre explica isso para o Daniel também. Chamamos ele de filho e o amor vai aumentando cada vez mais. Acreditamos em Deus que esse milagre vai ocorrer. Ele está evoluindo e tem sido muito bem aceito na sociedade", assegurou o jogador, que tem apenas um desejo para o menino.
"Que ele sempre se sinta uma criança igual às outras", encerrou o jogador sobre o filho, não de sangue, mas de coração.
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