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Caso de "promessa roubada" do Inter segue na Justiça e fica para 2018

Atacante Bruno Gomes em ação pelo Estoril Praia, clube que defende atualmente - Rodrigo Antunes/Estoril Praia SAD
Atacante Bruno Gomes em ação pelo Estoril Praia, clube que defende atualmente Imagem: Rodrigo Antunes/Estoril Praia SAD

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

21/12/2017 04h00

Bruno Gomes, hoje com 21 anos, foi promessa das categorias de base. Com histórico de 130 gols atuando pelo Desportivo Brasil, chegou ao Inter sob grande expectativa, mas não jogou uma partida completa sequer e deu muitos problemas ao clube. A saída dele por meio de habeas corpus na Justiça para o Estoril motivou o clube a buscar seus direitos no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e a definição deverá ficar apenas para 2018.

Gomes jogou apenas parte de uma partida pelo Inter em 2015, quando subiu ao principal depois de atuar pelas equipes de base. Permaneceu treinando sem chances até ser emprestado ao Genoa em 2015 e ao Estoril em 2016.

A passagem pela equipe portuguesa foi a melhor fase de sua carreira. Fez 29 jogos, marcou oito gols, e despertou interesse de times maiores, como Benfica. No regresso, o clube passou a tratar da compra de seus direitos junto ao Inter, mas não exerceu a cláusula prevista no vínculo.

No fim, ofereceu uma proposta considerada irrisória pelo clube gaúcho, sem pagar absolutamente nada, apenas com a permanência de um percentual sobre venda futura em contrato. O Colorado não aceitou e aí começou o problema.

Bruno voltou para Porto Alegre, foi colocado no time principal do Inter e relacionado para três partidas da Série B, mas não tinha o protagonismo que esperava. Por isso, entrou com uma ação na Justiça do Trabalho alegando atraso em pagamento de direitos de imagem. Perdeu em duas instâncias. Até que os advogados do atleta procuraram o TST e a ministra Maria Helena Mallmann concedeu habeas corpus sob a alegação que o jogador poderia escolher onde trabalhar.

O documento foi levado à CBF, que prontamente rescindiu o vínculo de Bruno com Internacional. Ele, de pronto, voltou ao Estoril, onde atua desde então. Participou de cinco partidas desde o meio deste ano.

O Internacional entende que o despacho não o liberaria do contrato, contesta a decisão e a ida dele para o Estoril. Por isso, entrou com ação no mesmo Tribunal pedindo 'embargos de declaração'. Ou seja, quer a revisão do caso com a CBF reativando o contrato dele, que teria duração de mais um ano.

Porém, o caso está longe do fim. Em contato com a reportagem do UOL Esporte, o vice jurídico do Internacional, Gustavo Juchem, informou que o clube ainda aguarda um parecer do TST sobre o caso. E a decisão deve ficar apenas para o ano que vem, até pelo recesso que os poderes entram no fim do ano. 

Clube não desistiu de ir à Fifa

Mesmo que ainda não tenha se movimentado na Fifa, o Internacional ainda não desistiu dessa possibilidade. Quando for informado da decisão do TST, o clube pretende buscar seus direitos na entidade, acusando o Estoril de aliciar o atleta.

Sob a ótica vermelha, os portugueses tentaram forçar o Colorado a aceitar a proposta e, insatisfeitos com a negativa, protagonizaram junto a ele e seu estafe uma manobra para 'roubar' o jogador do Beira-Rio.