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Zidane começa terceiro ano no Real com "maldição" pela frente

Zidane entra nesta semana em seu terceiro ano no comando do Real Madrid - Gonzalo Arroyo Moreno/Getty Images
Zidane entra nesta semana em seu terceiro ano no comando do Real Madrid Imagem: Gonzalo Arroyo Moreno/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

03/01/2018 04h00

Zinedine Zidane completa nesta semana dois anos à frente do Real Madrid com números impressionantes: oito títulos conquistados, sendo duas Liga dos Campeões e um Campeonato Espanhol. O desempenho já o coloca como segundo treinador mais vitorioso da história do clube. Mas uma estatística classificada como “maldição” pela imprensa espanhola mostra que o francês tem pela frente uma barreira difícil de ser enfrentada: três anos de trabalho com o presidente Florentino Pérez.

Até hoje, nenhum treinador do Real passou do terceiro ano na função nas duas gestões de Florentino. Dois chegaram perto: Vicente Del Bosque e José Mourinho. Mas mesmo no caso deles, a impaciência do presidente, a divisão de poder no futebol e a grande pressão por resultados impediu a continuidade de ambos.

Del Bosque, por exemplo, foi avisado em 2003 que não teria o contrato renovado um dia depois de conquistar o Campeonato Espanhol. Mourinho, por sua vez, desfrutava de prestígio com Florentino, mas um ano depois de assinar uma extensão contratual teve sua saída anunciada.

Os outros nove técnicos contratados pelo poderoso presidente ficaram ainda menos tempo que Del Bosque e Mourinho. Em 2004, por exemplo, o Real Madrid chegou a ter quatro treinadores: Carlos Queiroz, José Antonio Camacho, Mariano Ramón e Vanderlei Luxemburgo, anunciado no fim de dezembro.

No caso de Zidane, os oito títulos obtidos em dois anos garantem um retrospecto incontestável, mas o francês já encara alguns obstáculos na relação com a diretoria do Real Madrid.

Segundo o “El Confidencial”, por exemplo, Zidane não consegue emplacar os reforços que deseja e enfrenta dificuldades com a diretoria nesse tema. Além disso, o treinador é mais próximo dos jogadores do que dos dirigentes, o que o faz se posicionar geralmente a favor do elenco em questões internas mais importantes.

No fim de 2017, com o Real Madrid a 14 pontos do líder Barcelona no Espanhol (com uma partida a menos) e com a segunda colocação na fase de grupos da Liga dos Campeões, Zidane já começou a ser questionado por torcida e imprensa devido à queda do time.

Assim, apesar de ter uma coleção invejável de títulos em dois anos de trabalho, Zidane terá meses importantes pela frente, começando pelas oitavas de final da Liga dos Campeões contra o PSG, entre fevereiro e março. Uma eliminação diante do poderoso elenco francês poderia ser encarada como aceitável no atual bicampeão do torneio, mas com Florentino Pérez isso não é uma garantia.