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Jornal: Messi pode rescindir com Barça caso Catalunha se torne independente

Francisco Seco/AP
Imagem: Francisco Seco/AP

Do UOL, em São Paulo

05/01/2018 08h12

O jornal “El Mundo” publica em sua edição de sexta-feira que o meio-campista Lionel Messi estabeleceu em contrato renovado em novembro uma cláusula que permite a sua rescisão com o Barcelona, sem a necessidade do pagamento de multa, caso o clube não dispute uma das quatro grandes ligas da Europa.

De acordo com a publicação, a cláusula foi motivada pela possibilidade de independência da Catalunha, que de acordo com a legislação esportiva atual da Espanha provocaria a exclusão do Barcelona do campeonato nacional.

O contrato, no entanto, fala em ligas de “primeiro nível”, o que segundo o jornal manteria Messi vinculado caso o clube catalão fosse realocado em campeonatos de outros países, especificamente o Alemão, Francês ou o Inglês. Apesar de à primeira vista esta possibilidade parecer improvável, o “El Mundo” explica que a cláusula foi redigida para não deixar brechas.

Porém, caso o Barcelona tenha que disputar uma liga regional, o argentino estaria livre para procurar outro destino sem a necessidade de pagar a multa rescisória estimada em 700 milhões de euros (cerca de R$ 2,7 bilhões). O clube, segundo o jornal, admite a chance de perder Messi em caso de independência, mas entende a cláusula como um sinal de compromisso.

A Lei de Esportes espanhola estabelece em seu artigo 6 que “para a participação de seus membros em atividades ou competições oficiais de esportes de âmbito nacional ou internacional, as federações esportivas de âmbito regional devem ser integradas nas respectivas federações esportivas espanholas”.

Recentemente, o presidente da Liga espanhola, ao falar sobre a situação do Barcelona, disse que “somente um Estado não espanhol pode participar da Liga: Andorra”. Uma eventual independência da Catalunha também colocaria em risco a participação do clube em competições europeias, já que seria necessário o reconhecimento da Uefa ao novo país.

Recentemente o governo local da Catalunha foi destituído pelo governo espanhol depois de uma tentativa de independência frustrada, apoiada em um contestado plebiscito. Em dezembro, uma eleição para o parlamento catalão garantiu maioria aos partidos independentistas, aumentando a tensão na região.