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R$ 147 milhões e 4 gols: Tevez volta ao Boca após ano pífio na China

Carlitos Tevez permaneceu apenas um ano na China e recebeu o pomposo salário de R$ 147 mi - Afp
Carlitos Tevez permaneceu apenas um ano na China e recebeu o pomposo salário de R$ 147 mi Imagem: Afp

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/01/2018 04h00

Carlitos Tevez está de volta ao Boca Juniors. Ainda não ocorreu qualquer anúncio oficial, mas o atacante já se incorporou ao restante do grupo na pré-temporada, em Los Cardalles, e falou como novo reforço do atual campeão argentino para a temporada 2018. A empolgação do torcedor xeneize contrasta com o desempenho esportivo do veterano no futebol chinês. Se o salário era gigante, o maior do mundo, a bola jogada foi pequena, quase mínima.

Tevez assinou com o Shanghai Shenhua no fim de 2016 para ganhar exorbitantes 38 milhões de euros por ano (algo próximo de R$ 148 milhões). O vencimento anual de Carlitos na China, para grau de comparação, superava com tranquilidade o que Neymar vai receber neste ano no Paris Saint-Germain (30 mi de euros).

Enquanto o craque brasileiro – também conhecido como o jogador mais caro do mundo - vem aos poucos justificando o alto investimento na França, Tevez fracassou profissionalmente na China. Foram apenas 16 partidas no período de um ano, com quatro gols marcados; o clube terminou o campeonato local somente na 11ª colocação entre 16 participantes.

Fora o desempenho esportivo ruim, Tevez colecionou polêmicas e não fez muita questão de criar uma relação simpática com o clube e torcedores. O primeiro problema fora das quatro linhas veio já no mês de abril: após não ser relacionado para um jogo, Carlitos simplesmente deixou de acompanhar o time para ir à Disneylândia de Xangai.

Tevez gerou revolta no futebol local semanas depois ao se pronunciar sobre o nível da liga chinesa. O argentino classificou os atletas de “ingênuos” e “brutais”. O clima, antes do meio da temporada, era péssimo, e o jogador mais bem pago do mundo em 2017 não evitava o conflito.

“Não acho que a Super Liga chinesa chegue a rivalizar com os grandes campeonatos da Europa, mesmo se o melhor jogador do mundo vier. Acho que o futebol aqui é muito diferente e as pessoas vivem isso de maneira muito diferente”, afirmou o Apache em entrevista concedida no mês de maio.

Aos poucos, os problemas também se tornaram internos. O técnico Wu Winjui reclamou do comprometimento do argentino, que, de acordo com o treinador, estava “acima do peso ideal”. As declarações, obviamente, repercutiram de maneira negativa, e o próprio comandante do Shanghai precisou contornar a situação em relação ao grande investimento do clube.

Mesmo com uma “atitude diferente” nos meses finais, segundo o comandante, Tevez optou por retornar da China. O argentino nunca fez questão de se mostrar feliz, apesar do salário extremamente alto. Hoje, já com o elenco do Boca Juniors na pré-temporada e devidamente anunciado, tenta resgatar uma imagem bem negativa, construída após um ano turbulento em Xangai.