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Após saída de A. Martins, Vasco pode ter novas baixas e clima é de mudança

Além do Vasco, Anderson Martins também já defendeu Vitória e Corinthians - Paulo Fernandes/Vasco.com.br
Além do Vasco, Anderson Martins também já defendeu Vitória e Corinthians Imagem: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

10/01/2018 07h53

A rescisão de contrato de Anderson Martins com o Vasco por conta dos salários atrasados e a posterior transferência do zagueiro para o São Paulo pode ser o pontapé inicial para a saída de outros jogadores do elenco. Com a nova vitória do candidato de oposição Julio Brant na Justiça, o clima no clube já é de mudança e de muita incerteza.

Eurico Miranda, por exemplo, admite que não oferecerá muitas barreiras para os insatisfeitos:

"Nunca fiquei com jogador que não queira continuar. Se alguém me procurar e disser que quer sair porque não está bem, tudo vem. Vamos ver a forma que ele vai sair e a gente libera". 

Ciente de que a reversão do atual quadro é bem difícil, a diretoria já não dá mais garantias de que os vencimentos atrasados serão quitados. Atualmente, o elenco tem a receber o salário de novembro, o 13º salário e férias. Teoricamente, a remuneração de dezembro também já venceu, mas o clube possui um acordo de validade até o dia 20 de cada mês.

Eurico Miranda concede entrevista na sede do Vasco - Bruno Braz/UOL Esporte - Bruno Braz/UOL Esporte
Imagem: Bruno Braz/UOL Esporte

A sobrevida que o Vasco teve foi a venda de Philippe Coutinho do Liverpool (ING) para o Barcelona (ESP), que renderá aos cofres cruzmaltinos cerca de R$ 15,5 milhões. Ocorre, porém, que por conta das burocracias do mecanismo de solidariedade da Fifa, o clube só poderá receber a quantia em cerca de 30 dias. Por conta disso, é possível que o presidente Eurico Miranda recorra a um empréstimo bancário e utilize o tema como garantia.

Questionado se tal valor conseguiria quitar todas dívidas, o dirigente garantiu que sim:

“Dependendo do valor, sim. A folha do Vasco é de R$ 5 milhões. Se o Vasco receber R$ 15 milhões, quita tudo. Simples".

Nos corredores de São Januário já há um consenso entre funcionários que é chegada a hora de mudanças. Muitos demonstram preocupação, principalmente por conta dos discursos de membros da situação de que o quadro sem Eurico ficará “pior que a era de Roberto Dinamite”.

Escritório que defende o clube é um dos mais renomados do Brasil

Na coletiva que convocou nesta terça-feira (9), Eurico Miranda admitiu os problemas financeiros, mas direcionou a culpa de tal situação aos opositores e à parte da imprensa. Diante da confissão da gravidade do quadro, o UOL Esporte, então, questionou o dirigente sobre o custo da contratação do escritório do advogado Sérgio Bermudes para realizar a defesa do clube nos processos envolvendo a eleição. O grupo advoga, por exemplo, para o empresário Eike Baptista nas investigações da Lava Jato e não é dos mais baratos.

“Isso é obrigação. Se é caro ou barato é uma questão de avaliação. Eu garanto a você (jornalista) que ele recebe menos que um jogador de futebol ganha por mês”, respondeu Eurico.

Diretoria garante que contrato com Diadora é vantajoso

Outro ponto da entrevista foi em relação ao contrato firmado com a empresa de material esportivo Dilly Sports, que detém os diretos no Brasil da marca italiana Diadora. Segundo Eurico, o Vasco tem uma “opção de vínculo de três anos” e o acordo foi vantajoso:

“Todas as empresas de material esportivo foram contatadas. Inclusive a que estava aqui, que era a Umbro. E a melhor proposta que tivemos foi essa. Isso é um contrato em que você tem uma participação direta. Vendeu muito? O Vasco ganha. Ganha mais do que ganhava. Não vendeu muito, o Vasco pode não ganhar, mas tem a garantia do material. O Vasco vai do resultado que der. Da venda. Se eu vendi 100 mil peças e gastei 40 mil, o Vasco vai ganhar em cima destes 60 mil, mais do que os royalties. Isso vai depender de como o Vasco administra o material que precisa e também a venda”.

Miranda foi sustentado por seu vice de marketing, Marco Antônio Monteiro, que classificou o acordo como um “modelo novo” de negócio. O dirigente fez questão de frisar a diminuição do valor da multa em caso de rescisão de contrato em comparação com a Umbro, o que poderá dar o direito do próximo presidente trocar de marca se for o caso.

“A multa fixa da Umbro era de R$ 8 milhões. A multa da Diadora já é menor no primeiro ano, e ela diminui enormemente no segundo ano”, disse.

Por fim, Eurico lembrou da necessidade de novos uniformes, já que o Campeonato Carioca se inicia no próximo dia 18:

“Dia 18 eu já tenho jogo do Carioca. Como eu iria jogar? Nu?”.