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Inter aposta em "melhor dupla de centroavantes" para iniciar nova fase

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

14/01/2018 04h00

O Internacional aposta em Leandro Damião e Roger para confirmar uma nova fase em seu time. Definidos pela diretoria como "a melhor dupla de centroavantes" do Brasil, os dois dificilmente jogarão juntos ao longo de 2018, mas ganham a cada dia status de pilares na ideia de jogo a ser adotada com Odair Hellmann.

Damião terminou 2017 como titular absoluto e uma das peças-chave do time na Série B. Roger foi buscado para não deixar o elenco dependente de apenas um jogador.

No jogo-treino diante do Lajeadense, o último teste antes da estreia no Gauchão, os dois centroavantes marcaram. Leandro Damião abriu o placar e Roger fez três vezes. Para a diretoria, com os dois nomes a comissão técnica tem condições de sustentar uma ideia mesmo em caso de lesão ou suspensão. Algo que não ocorreu no ano passado.

“Talvez o Inter tem a melhor dupla de centroavantes do Brasil”, disse Roberto Melo, vice de futebol do Colorado, na apresentação oficial de Roger.

A frase do dirigente resume o conceito do Internacional. O entendimento de que o ataque foi o vilão em 2016, na campanha do rebaixamento, também é apontado internamente. Agora, duas temporadas depois, tudo que o Colorado mais quer é ter um setor ofensivo efetivo.

“A nossa equipe tem dois jogadores mais de referência, o Nico pode fazer por dentro também, mas todo time que pode contar com esses dois jogadores tem algo bom. Eles dão volume no jogo. Tanto para fazer pivô como para incomodar as defesas. Os times têm dificuldade de encarar gente assim. Eu gosto de centroavantes que se movimentam bem, sabem puxar bola no espaço”, comentou Odair Hellmann ao ser questionado sobre a função no Brasil.

Na arrancada do ano, o Inter tem trabalhado com uma companhia para Damião. Em mais de um treino, D’Alessandro se posicionou alinhado com o camisa 9. Agregando técnica, poder de fogo, e opção de passe para jogadas combinadas. Em outros momentos, o time como um todo avançou em busca do centroavante para jogadas com pivô ou linha de fundo.

“Há momentos que tem que cruzar, temos bons centroavantes, e a construção ofensiva não é só com a bola no chão. É diferente se desfazer da bola do que ter bola longa. Tivemos bolas longas treinadas, dentro do conceito do jogo”, comentou Odair depois do jogo-treino.

Outro aspecto em que a figura de um atacante de referência ajuda é na objetividade. Com um centroavante, o Internacional defende a ideia de que pode ser mais agudo.

“A gente tenta fazer um time equilibrado, que fique com a bola, mas o futebol é gol. Não pode ficar com a bola. É 0 a 0 com perigo de sofrer contra-ataques. Ficar com a bola é com objetivo para infiltrar ou para fazer cruzamentos. Para fazer o gol. é o objetivo. Não é posse por posse. É posse para construção objetiva para buscar o gol”, declarou o treinador do Inter ao falar da ideia geral de jogo.