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Venda de Wendel "paga" dois anos de trabalho de Xerém no Fluminense

Wendel já vestiu a camisa do Sporting - Divulgação
Wendel já vestiu a camisa do Sporting Imagem: Divulgação

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/01/2018 04h00

Principal revelação do Fluminense na última temporada, o volante Wendel reafirmou a vocação tricolor por formar talentos e “assegurou” que a fábrica siga ativa por um bom período.

Vendido por 7,5 milhões de euros (R$ 29,3 milhões) para o Sporting (POR), o jovem praticamente “pagou” dois anos do trabalho em Xerém. Os projetos de formação do clube estão estimados em cerca de R$ 15 milhões por ano. Este valor abrange as divisões de base e o Samorin [filial eslovaca do Flu].

Responsável pela área, o diretor esportivo da base Marcelo Teixeira defende o modelo implementado e garante que o investimento tem retorno garantido. Ao UOL Esporte, ele listou vendas recentes para afirmar que o clube, na realidade, economiza ao investir:

“Xerém arrecadou cerca de três vezes mais do que foi investido nos últimos anos.  Veja quanto o clube já economizou utilizando atletas como Wendel, Scarpa, Douglas, Gerson e Kenedy. Se não tivessem sido revelados na casa, teriam gerado altos gastos para o Fluminense, que teria de ir ao mercado buscar estes jogadores e pagar valores altíssimos”.

Os negócios feitos com jogadores como Wendel, Marlon, Gerson, Kenedy e Biro Biro renderam aos cofres tricolores cerca de R$ 145,6 milhões, mas a previsão é que o êxodo de jovens seja menor e signifique menos dinheiro em 2018. De acordo com o orçamento aprovado pelo Conselho Deliberativo do Flu, a previsão é de queda na receita oriunda da venda de jogadores. Em vez dos R$ 42,6 milhões projetados para 2017, "apenas" R$ 35 milhões na próxima temporada.

Apesar da reconhecida capacidade de revelar bons talentos para o futebol brasileiro, o Fluminense teve uma participação para lá de discreta na última Copa São Paulo de Juniores. Eliminado após derrotas para Tubarão e Marília, o Flu nem passou para a segunda fase. Para Teixeira, o acidente com o técnico Leo Percovich, que perdeu dois de seus três filhos após um desastre automobilístico, ajuda a explicar o insucesso.

“Existe uma ligação muito forte dos meninos com o Leo e isso foi notado ao longo da competição, até mesmo pela iniciativa deles de entrarem em campo de mãos dadas, mostrando que estão juntos com o treinador. Não é o momento de dar desculpas e entendemos a chateação do nosso torcedor, mas é preciso analisar o cenário de forma mais ampla, não se pode analisar futebol de forma isolada”, disse.

Bem longe do Rio de Janeiro, o Flu segue os seus trabalhos preparativos para a pré-temporada. Após o empate por 1 a 1 contra o PSV [derrota nos pênaltis], o Tricolor faz a última atividade antes de encarar o Barcelona [EQU], segunda, 19h, em seu último compromisso pela Flórida Cup.