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Eurico retira ação no STJ e cresce indício de junção com ex-aliado de Brant

Eurico Miranda ocupa a tribuna de presidente em São Januário durante Vasco e Bangu - Thiago Ribeiro/AGIF
Eurico Miranda ocupa a tribuna de presidente em São Januário durante Vasco e Bangu Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/01/2018 11h24

O ex-presidente do Vasco Eurico Miranda retirou o pedido de tutela antecipada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tinha como objetivo validar a urna 7, um dia após ingressar com a ação. A atitude aumentou os indícios de uma aliança com o ex-aliado de Julio Brant, Alexandre Campello, na eleição do Conselho Deliberativo do clube que acontecerá nesta sexta-feira (19) na sede da Lagoa e que definirá o mandatário do próximo triênio.

Campello, que havia retirado a candidatura para formar uma chapa única com Brant e vencer Miranda no pleito entre os sócios, divulgou um vídeo na noite desta quinta (18) onde informou que estava rompendo de vez com Julio, abrindo mão de seu cargo como vice-presidente geral num eventual mandato.

Nos bastidores, são fortes os indícios de que o grupo do médico e de Eurico poderão se juntar no Conselho e formar uma candidatura para vencer Brant na votação, algo que seria inédito, pois nunca, na história do clube, o vencedor entre os sócios perdeu no Deliberativo.

A priori, porém, o grupo de Eurico lançará uma própria, sendo o nome mais fortes para representá-los o de Antônio Peralta, figura antiga da política cruzmaltina, e Luis Fernandes, ex-presidente do Conselho Deliberativo. Não está descartada, porém, uma aliança entre os dois grupos, algo que consideram como uma ameaça fortíssima a Julio, levando em consideração a influência que possuem entre os conselheiros.

Para romper com Brant, Campello se justificou dizendo que não houve diálogo entre as partes e que o candidato não cumpriu com o prometido. Em suas palavras, se considerou "traído". Anteriormente cogitado para assumir também a vice-presidência de futebol, ele teria tido divergências em relação à gestão de tal pasta.

No início da tarde, Campello reclamou da postura de Brant - acusado  por Campello de incitar a torcida com os últimos discursos.

Disputa voto a voto

Por ser um pleito indireto, o vencedor nas urnas - no caso Brant - tem o direito de indicar 120 conselheiros. O segundo colocado, mais 30. Estes 150 se juntam a outros 150 natos e os 300 votam no próximo presidente.

Ocorre que, dos 120 indicados por Brant, cerca de 43 são do grupo político de Campello e Monteiro. Caso se confirme uma aliança entre a dupla e a chapa de Eurico, eles podem somar estes 43, mais os 30 indicados pelo ex-presidente, além de pelo menos mais 20 natos que foram recém-ingressados com a ajuda do dirigente. Assim, de cara, são 93 votos no improvável universo de 300, já que nem todos os natos marcam presença em função de muitos terem idade elevada. 

Pessoas ligadas a Eurico dizem possuir aproximadamente mais 40 entre os natos, pelo menos. Caso isto se confirme, são grandes as chances de Brant ser derrotado.

UOL Esporte, porém, falou com pessoas ligadas a Campello que se decepcionaram com a postura do médico e demonstram preocupação com seu "silêncio" após o discurso. Neste cenário, não há a garantia de que todo o seu grupo irá acompanhá-lo nos votos.

Posse na próxima segunda-feira

O novo presidente do Vasco será empossado, em cerimônia de gala, na próxima segunda-feira (22), conforme determinação da Justiça. De sexta a domingo, portanto, o clube oficialmente ainda terá uma direção administrativa provisória, algo que acontece desde a última quinta.

Portanto, assim como ocorreu na partida desta quinta-feira contra o Bangu, o jogo deste domingo, diante do Nova Iguaçu, em São Januário, também será com portões fechados.

Entenda a polêmica

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Imagem: Clever Felix/estadão conteúdo

Com suspeitas de irregularidades, a Justiça determinou que uma urna fosse separada na eleição entre os sócios que aconteceu em novembro de 2017. Nela, foram colocados 691 pessoas que se associaram no fim de 2015. 

Após a apuração, uma disparidade de votos a favor de Eurico Miranda na tal urna 7 - num desequilíbrio total em relação às outras - levou o judiciário a suspender tais votos. Deste modo, o candidato de oposição Julio Brant passou a ser o vencedor.

Eurico tentou uma série de ações na Justiça para tentar validar a urna 7, mas sofreu derrotas e chegou para a eleição do Conselho Deliberativo como segundo colocado.