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Do México, volante relembra queda do Coritiba e projeta Neymar na Copa

Alan Santos pelo Coxa: queda - RAUL SPINASSÉ/AGÊNCIA A TARDE/ESTADÃO CONTEÚDO
Alan Santos pelo Coxa: queda Imagem: RAUL SPINASSÉ/AGÊNCIA A TARDE/ESTADÃO CONTEÚDO

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

26/01/2018 12h18

Alan Santos passou três anos no Coritiba depois de se profissionalizar ao lado de Neymar no Santos. O último deles foi o mais difícil: titular na maioria dos jogos do Brasileirão, o volante acabou rebaixado para a Série B com o clube. Agora no México, defendendo o Vera Cruz, Alan Santos fez um apanhado do que aconteceu em 2017 em contato com o UOL Esporte.

“A adaptação aqui foi rápida. As comidas são todas apimentadas, mas quando vou comer fora peço tudo sem pimenta. E a minha esposa cozinha bem”, brinca o jogador, sobre o paladar. Em campo, já está atuando. “Joguei os dois primeiros jogos. Vim emprestado por cinco meses para o Vera Cruz, eu pertenço ao Tigres, contrato de cinco anos e meio. Tem muito estrangeiro lá, eu volto depois da Copa.”

A ida para o México estava acertada desde o meio do ano. “Eu estava com o contato terminando com o Coritiba e em Junho já meu empresário chegou com a proposta e assinamos em Agosto. A Lei Pelé permite”, comentou.

A queda para a B ainda é motivo de análise. “A gente começou muito bem o ano, fomos campeões paranaenses, começamos bem o Brasileiro, nosso time estava muito encaixado, entrosado. Só que veio uma fase de perder jogadores que estavam jogando, que eram titulares. E teve mudança de treinador, leva um tempo para adaptar. Perdemos alguns jogos que estávamos ganhando... é difícil apontar uma razão”, disse, “Creio que o Coritiba tinha que passar por esse momento de reconstrução, seis anos brigando para não cair, lutando contra o rebaixamento. Agora eles vão ter renovação, pensar diferente, reestruturar algumas coisas nas áreas estruturais para que o atleta possa desenvolver seu trabalho.”

A queixa maior foi mesmo sobre a estrutura que era ofertada pelo clube. “Eu até conversei com o pessoal antes de eu sair, para que reformulassem a parte interna, de estrutura, para melhorar o trabalho. O clube tem grandes profissionais, mas a estrutura do clube precisa melhorar. Na fisioterapia, os caras estavam pedindo há dois anos já novos materiais atualizados para trabalhar, por que são antigos lá. Algumas coisas mínimas para o clube melhorar. Para dar aquele upgrade, para brigar por títulos, faltam algumas coisas.”

O jogador garantiu que não houve episódio de atraso salarial – ou quase: “Eles estavam pagando certinho, teve pouquinho atraso, mas a gente nem considera, sempre estavam em comunicação com os atletas. Eu creio que era da vontade de Deus que acontecesse com o Coritiba, para que volte mais forte para a Série A, como já aconteceu com Palmeiras, Corinthians... e hoje estão em outro patamar. Para que o Coritiba pense melhor em algumas áreas estruturais, profissionais, que pudesse gerar mudança, né? Vi que eles trouxeram alguns ex-atletas para trabalhar na parte de diretoria, eu acho muito importante por que quem já passou no vestiário sabe como é. Eu acho que tinha que acontecer, por que a gente não entende, o time era bom e aconteceu.”

Da briga pela liderança até a queda, Alan Santos apontou a fase sem triunfos como fatal. “Em nenhum momento eu pensei que ia cair. Eu sempre penso positivo. Mas acabava no jogo não acontecendo o que a gente queria. Eu creio que o momento da queda foi quando o Coritiba ficou sem ganhar 10 jogos (N.R: foram nove partidas, entre as vitórias sobre Chapecoense e Cruzeiro) e o outros times somando. De 30 pontos fez dois, três, e perdeu a gordura que a gente tinha feito.”

Amigo de Neymar torce por vitória dupla na Copa

AS e Neymar - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Alan Santos, ainda no Peixe, com o amigo Neymar
Imagem: Arquivo pessoal

Em ano de Copa do Mundo, o futebol brasileiro aposta suas fichas em Neymar. O craque do PSG foi colega de Alan Santos por anos no Santos, durante o fim da formação de ambos. “Joguei seis anos com o Neymar. Ele estava subindo da base, é um talento que a gente não precisa comentar. Dentro de campo, é um gênio. Eu creio que ele vai ser ainda o melhor do Mundo. Diariamente eu treinava com ele, eu via o quão ele era competitivo. Eu tenho a certeza que ele será o melhor, fora o talento extraordinário. Como brasileiro, a gente quer que o Brasil seja campeão. Como tem também o prêmio individual, eu espero que ele possa fazer uma grande Copa do Mundo e se consagre como o melhor.”

Dos mexicanos, Alan Santos não espera muito no Mundial. “Cheguei há pouco tempo e ainda não ouvi falar de Copa não. Aqui no Vera Cruz tem três jogadores da Seleção do Peru, jogaram o último jogo contra a Argentina.  O campeonato aqui é muito competitivo. O time que eu vim emprestado é mediano, pra eu poder me adaptar, conhecer o futebol mexicano, não ficar no Tigres só treinando. O futebol é muito diferente do Brasileirão, os jogadores no Brasil são mais talentosos, o estilo de jogo no Brasil faz com que quem esteja ganhando consiga matar o jogo na parte tática. Aqui, não. Jogo que tá 3 a 0 pode virar 3 a 4, tem jogo de seis gols. Eles jogam muito pra frente, não tem muita posse de bola”