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Roger ou Damião? Essa é uma dúvida que o Inter tem desde 2017

Roger comemora gol do Inter contra o Avenida, pelo Gauchão - Ricardo Duarte/SC Internacional
Roger comemora gol do Inter contra o Avenida, pelo Gauchão Imagem: Ricardo Duarte/SC Internacional

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

28/01/2018 04h00

No segundo jogo dos reservas do Inter na temporada. Roger igualou o número de partidas de Leandro Damião e fez dois gols. E mesmo que o suplente se diga ainda longe do 100% e respeite muito a hierarquia, a boa atuação resgatou uma dúvida que existe no Inter desde antes da chegada de qualquer um deles ao clube.

Roger ou Damião? Esta questão já estava na cabeça dos dirigentes no meio do ano passado, quando o Inter foi ao mercado atrás de um comandante de ataque. Em seguida, descartou os nomes de Ricardo Oliveira e Grafite. Roger e Damião seguiram na concorrência. O primeiro estava no Botafogo, o segundo no Flamengo.

"Começamos a construir a ideia da contratação dele (Roger) lá atrás, no meio do ano passado. Chegamos a falar com ele, fomos ao Rio de Janeiro", contou o vice de futebol do Inter, Roberto Melo. "Todos sabem da história que ele tem, é um exemplo para todo mundo. Quando se vai contratar um atleta no Inter, a gente se cerca de todas as informações possíveis. Até porque não há margem financeira para errar. E todas as informações sobre o Roger foram positivas. Dentro, fora de campo, profissionalmente, que é um jogador que trabalha muito, profissional ao extremo, tudo contribuiu", completou.

Mas acabou que não deu certo. Roger ficou no Botafogo, clube com o qual ainda possuía contrato. Foi Damião a resposta na ocasião. Chegou do Flamengo e fez um ótimo segundo semestre pelo Inter, acabando a temporada eleito como um dos pilares do regresso à Série A.

Em setembro, Roger disputou sua última partida antes de um drama pessoal. Foi diagnosticado com um tumor benigno no rim. Passou por cirurgia, recuperação, tratamento, e voltou a jogar apenas neste ano, já pelo Inter, clube com o qual assinou em dezembro por dois anos.

"O Inter tinha convicção no Roger. Naquele momento (meio de 2017) ainda não havia acontecido o problema (tumor). Mas a gente contrata cercado de muitas informações. Não é apenas uma pessoa que decide. Tem a parte científica, departamento de futebol, treinador, avaliação, médicos. Mandamos profissionais da área física avaliar o Roger e disseram que o diagnóstico era de total recuperação. Daí agimos rapidamente", explicou Melo.

De fato, caso o Inter atrasasse um pouco, perderia para o Corinthians, que também havia feito oferta ao jogador. Mas a insistência vermelha convenceu o jogador, que marcou seus dois primeiros gols pelo time neste sábado diante do Avenida.

"Trouxemos o Damião, mas já tínhamos conversado antes. Conseguimos agir rápido, se tivéssemos demorado um pouco, ele poderia estar em outro clube. Hoje vemos clubes buscando centroavantes. É uma peça difícil e cara no mercado de transferências", exaltou. A dúvida agora saiu dos gabinetes e foi para o campo. Na próxima quarta-feira, será o técnico Odair Hellmann que terá que responder à interrogação que outrora foi do comando do clube.

"São dois excelentes jogadores, centroavantes de referência, mas com mobilidade. O Damião com uma profundidade, velocidade, força. E o Roger com vinda entre as linhas para o pivô, que o Damião também tem, mas o Damião tem mais velocidade para infiltração de lado, o Roger vem mais pro pivô entre linhas. Os dois com pivô, com referência, cabeceio, finalização. Então, feliz do Inter que tem dois excepcionais centroavantes", simplificou.

O Inter treina neste domingo pela manhã. Os titulares não participaram do jogo contra o Avenida e estão aptos a um trabalho mais forte. Na quarta-feira o rival será o Boavista, do Rio de Janeiro, pela Copa do Brasil. O jogo será em Cascavel, no Paraná.