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Cruzeiro confirma empenho de entradas e cota de TV em empréstimo de R$50 mi

Itair Machado, vice de futebol do Cruzeiro, explica empréstimos contraídos pelo Cruzeiro - Divulgação
Itair Machado, vice de futebol do Cruzeiro, explica empréstimos contraídos pelo Cruzeiro Imagem: Divulgação

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

20/02/2018 04h00

Itair Machado confirmou detalhes dos empréstimos contraídos pelo Cruzeiro no início do ano. Em entrevista ao UOL Esporte, o cartola ratificou a informação veiculada pela reportagem há uma semana e contou que o clube pegou R$ 50 milhões para quitar dívidas e acertar a contratação de David, ex-jogador do Vitória. O dirigente ressaltou, no entanto, que o acordo não envolveu apenas o Banco BMG e que as taxas de juros são normais em relação ao mercado.

Segundo Itair, BMG, Caixa e Santander foram os responsáveis por emprestar o montante em 2018. As garantias, conforme antecipado, são receitas de patrocínio, direitos de transmissão, sócio-torcedor, bilheteria e venda de atletas.

"A gente não tem que esconder isso aí. O BMG não tem ajudado o Cruzeiro não, o que o Cruzeiro fez foi uma operação financeira com três bancos. Temos um bom financiamento na Caixa, em que o nosso patrocínio serve como garantia. Confunde-se essa questão do BMG com questão de empréstimo e ajuda. Até porque a gente sabe que banco não ajuda ninguém. O que o Cruzeiro tem é um bom relacionamento na Caixa Econômica e no Santander. O Cruzeiro pegou uma parte do valor com o BMG. O Cruzeiro mexe com o Santander há muitos anos e gera um movimento muito grande. O juros que o Cruzeiro paga é normal. O que foi um ponto de discordância é que falaram sobre juros abaixo do mercado", disse o vice de futebol.

Além das garantias reveladas pelo UOL, o vice-presidente de futebol confirma que empenhou imóveis do clube e até o patrocínio máster que fechará com a Caixa Econômica Federal. A parceria está avaliada em R$ 12,5 milhões e será ratificada no Diário Oficial da União em meados de março.

O dirigente ratificou que receitas das vendas de atletas - Murilo e Arrascaeta são os mais cotados para sair -, sócio-torcedor, direitos de transmissão e bilheteria serão usadas para quitar o débito com os bancos.

"Igual você [repórter] me perguntou sobre empréstimo, não temos o que esconder. A garantia que o Cruzeiro tem maior, como foi com a Caixa, é o próprio patrocínio. Os empréstimos do Cruzeiro e todos os clubes de futebol brasileiro são calçados com créditos da Globo. Os empréstimos do Cruzeiro são de Globo, patrocínio... Hoje, se você quiser trocar com a própria Cielo, ela troca a receita do sócio-torcedor. O Cruzeiro até já tem uma troca que foi feita pela diretoria anterior", contou.

"A gente não tem que fazer mistério. É o clube estar limpo, pagar os jogadores. O clube pega R$ 50 milhões no mercado, em três, quatro bancos, e o jogador fica sem receber. O Cruzeiro recebe em um dia e, no mesmo dia, se der tempo, o jogador recebe. Foram financiamentos normais. O Cruzeiro tem a sede, tem imóvel, em alguns o Cruzeiro dá garantias", completou.

O Cruzeiro pretende quitar o débito com as instituições financeiras em até 12 meses, de acordo com o dirigente. A previsão contraria o que ele havia dito em entrevista coletiva anterior. No início de janeiro, o diretor chegou a falar que a ideia era pagar os valores em um semestre.

"Outra coisa que a sua matéria falou é que é para pagar em três anos, mas não é. Aí lá fala que eu falei seis [meses], mas quando eu falei seis [meses], estava enganado. E o Cruzeiro tem que quitar em 12 meses, porque do contrário, a taxa de juros aumenta. Todos nós já passamos e acredito que você possa ter passado, mas a gente espera boas rendas na Libertadores e acredita que, em julho, pode haver uma grande venda ainda", concluiu.

Os mineiros, contudo, podem quitar o empréstimo em mais tempo. O problema é que há um aumento da taxa de juros caso o período seja superior ao de um ano.