Topo

Em áudio, presidente desabafa após dérbi e critica atletas 'cagões' na PB

Celso Teixeira, técnico que comandou o CRB até junho de 2010 - Divulgação - Divulgação
Celso Teixeira, ex-técnico do Campinense
Imagem: Divulgação

Marcello De Vico

Do UOL, em Santos (SP)

02/03/2018 13h15

Um áudio polêmico do presidente do Campinense-PB, William Simões, veio à tona nesta semana que antecede mais um clássico entre sua equipe e o Treze-PB. A gravação é de cerca de 40 dias atrás, mas só foi vazada nos últimos dias. Nela, é possível ouvir o mandatário fazer duras críticas a alguns jogadores que, segundo ele, ‘se cagaram’ no último clássico contra o Treze-PB.

O último confronto entre os rivais, válido pela quinta rodada do Campeonato Paraibano e disputado no estádio Amigão, aconteceu no dia 28 de janeiro e teve o Treze-PB como vencedor, por 1 a 0. Insatisfeito com o desempenho do Campinense, o presidente desabafou depois do clássico.

William Simões, presidente do Campinense-PB - Ascom - Ascom
William Simões, presidente do Campinense
Imagem: Ascom
“Na verdade, se eu ver (sic) que não dá eu vou botando para fora. É o que se pode fazer. Eu não vou ficar com uma ruma de jogador ruim, que não tem condição de vestir a camisa do Campinense, que entra num clássico e se caga, a palavra é se caga, entra dentro de campo e não faz bosta nenhuma”, diz o presidente.

“Porque o cabra levar um totozinho [olé] do Treze no primeiro tempo e no segundo não ter nem garra para reagir... Então, o que eu vejo é que no Treze é o seguinte: os cabras parecem que se preparam psicologicamente, que entram bem, tranquilos, mas no Campinense é diferente. Parece que entram tudo cagado. Parece que nunca jogaram um clássico. Um absurdo”, finaliza.

Procurado pelo UOL Esporte, William Simões disse que o áudio foi vazado pelo técnico Celso Teixeira - demitido na última segunda-feira (26) - em uma conversa por WhatsApp entre os dois. Segundo ele, as declarações se referiam apenas aos jogadores indicados pelo próprio treinador, com quem teve desavenças ao longo dos três em que ele comandou a equipe.

"Foi uma convivência muito difícil. Um problema de três meses que eu já não suportava mais. Eu até o agradeci porque ele deixou o time na liderança, mas ele deixou muitas sequelas. Esse cidadão tem que se tratar, fazer um tratamento com um psiquiatra, com psicólogo, ele é totalmente desequilibrado. Ele não tem a mínima condição de ser um técnico de futebol", disse o presidente.

“Os jogadores ficaram muito felizes com a saída dele. Vários jogadores foram na minha sala e disseram: ‘Presidente, muito obrigado. Daqui para frente, a paz vai reinar’”, acrescentou.

Campinense, líder do grupo A com 20 pontos, e Treze, primeiro colocado do B com 14, voltam a se enfrentar às 16h deste domingo (4), no estádio Amigão, pela décima rodada do Campeonato Estadual.

Ex-técnico diz que presidente queria interferir na escalação

O técnico Celso Teixeira conversou com o UOL Esporte e disse ter pouco conhecimento sobre o áudio que, segundo ele, não foi lhe enviado. Porém, alegou que teve problemas com o mandatário em sua passagem pelo clube paraibano.

“Levei uns jogadores baratos para lá, e eles contrataram uns caros. E um dia ele mandou cinco jogadores, sem me consultar. Eu falei para ele: ‘Se toda vez você fizer isso nós vamos perder o rumo. Perdemos um jogo e você manda seis embora. Somos líder da competição’. Aí ele aceitou, retrocedeu, e convenci cinco a voltar’, conta.

“Aí empatamos com o Serrano [domingo, 0 a 0]. Martelamos os caras, perdemos uns dez gols... E ele [presidente] deixou transparecer que não queria que jogassem três jogadores, que pusessem os jogadores que ele tinha trazido. E você sabe como eu sou. Não vou colocar. Aí ele me demitiu”, acrescentou Celso Teixeira.