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Sob influência de 2º colocado, Andrés negocia diretorias do Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

02/03/2018 16h36

Depois de eleger o novo presidente do Conselho Deliberativo, o deputado Antônio Goulart, Andrés Sanchez se volta para a escolha de diretorias no Corinthians. Até a próxima semana, o mandatário eleito no dia 3 de fevereiro irá definir todas as vagas disponíveis, o que depende do jogo político e, principalmente, de um personagem.

Segundo colocado na eleição presidencial do clube, Paulo Garcia se estabeleceu como eminência parda na administração Sanchez na cena política. Goulart, por exemplo, foi uma indicação dele a Andrés, que na somatória de sua força nos bastidores à de Paulo conseguiu vitória esmagadora no pleito da última segunda.

Das 10 cadeiras disponíveis no Cori (Conselho de Orientação), a dobradinha Andrés-Paulo foi responsável pela ocupação das nove primeiras. No Conselho Fiscal, os três postos titulares também ficaram com os dois grupos políticos. Na Comissão de Ética, as quatro vagas colocadas em eleição também terão membros dos grupos de Sanchez e Garcia.

Goulart, novo presidente do Conselho, foi apoiado por Garcia - Divulgação/Paulo Garcia - Divulgação/Paulo Garcia
Goulart, novo presidente do Conselho, foi apoiado por Garcia
Imagem: Divulgação/Paulo Garcia

Com os departamentos jurídico, financeiro e marketing já com diretores definidos desde fevereiro, Andrés por enquanto só confirmou mais uma nomeação. Duílio Monteiro Alves, que inicialmente atuava como adjunto de futebol, será mesmo o diretor do departamento. A permanência dele como adjunto teve apenas o objetivo de permitir que votasse para a presidência do Conselho.

Na última quinta-feira (1), Andrés, para reforçar o clima conciliatório, se encontrou com Garcia para dar início às conversas sobre diretorias. Nesse encontro, Paulo também ouviu um pedido de Sanchez para que retire a ação criminal movida na esteira da eleição no último dia 3. A aliados, Paulo Garcia tem tido que não pretende desistir do processo, embora mantenha a aliança com o candidato vencedor.

O objetivo principal de Paulo é manter certo controle no Corinthians, ainda que sem ter a presidência. Garcia foi o responsável por indicar uma série de diretores a Roberto de Andrade entre o fim de 2016 e o ano 2017 e também deve ajudar Andrés a ter certa governabilidade do ponto de vista político.

Em período de muitas negociações, Sanchez deve ceder e definir um diretor adjunto para o futebol, uma das posições mais cobiçadas por conselheiros e membros de seu grupo e de Garcia. Um nome especulado é o de Jorge Kalil, vice-presidente da gestão Roberto de Andrade.