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Declaração de Daniel Alves sobre morte de Astori repercute mal na Itália

MIGUEL MEDINA/AFP
Imagem: MIGUEL MEDINA/AFP

Do UOL, em São Paulo

05/03/2018 16h33

A declaração de Daniel Alves sobre a morte do zagueiro Davide Astori incomodou os jornais italianos. Questionado em entrevista coletiva sobre a tragédia, o brasileiro disse “milhares de crianças morrem e não tem a mesma repercussão”.

O “Gazzetta dello Sport” destacou a declaração dizendo que Daniel Alves foi “indiferente” com a morte de Astori. Já o “Corriere dello Sport” chamou de “fria” a reação do brasileiro.

O jornal “Tuttosport” foi ainda mais duro com o brasileiro. A publicação afirmou que o ex-jogador da Juventus “mostrou pouca elegância e um cinismo gélido” ao responder sobre a morte do capitão da Fiorentina.

A entrevista fez com que Daniel Alves virasse um dos assuntos mais comentados do Twitter.

Astori foi encontrado morto no último domingo (4) no quarto da concentração da Fiorentina. As primeiras informações dão conta de que o atleta teria sofrido parada cardiorrespiratória por "causas naturais" enquanto dormia.

Embora a hipótese preliminar seja de infarto, o responsável pela investigação Antonio de Nicolo, informou que o caso pode ser enquadrado como "homicídio culposo" (sem intenção de matar). Isso porque, se comprovada a parada cardíaca como causa, a morte poderia ter sido evitada se houvesse melhor prevenção médica.

Confira a declaração completa de Daniel Alves:

“Envio um caloroso abraço aos familiares por essa perda. Mas eu tenho pensamentos sobre a vida, e penso que estamos aqui para uma missão. E uma vez que cumprimos aqui, vamos para outro lugar.

Penso que quando se completa a missão nesse mundo caótico, vamos para um mundo melhor que esse.

Mas penso que no mundo morre milhares de crianças por outros problemas e não tem tanta repercussão, mas que são tão importantes quanto.

Estamos aqui de passagem, e quando chega nossa hora, iremos.

Sinto muito pela família dele, que certamente perdeu um ente muito querido. Mas para nós que estamos longe dele, sentimos por um companheiro de trabalho, mas certamente menos que seus familiares”.