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Filial eslovaca pede garantias, e projeto europeu do Flu fica por um fio

Continuidade de projeto do Flu na Eslováquia depende de garantias financeiras - Fluminense/Divulgação
Continuidade de projeto do Flu na Eslováquia depende de garantias financeiras Imagem: Fluminense/Divulgação

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

08/03/2018 04h00

Anunciado em julho de 2016 como uma das joias da coroa do processo de formação de talentos tricolor, o projeto Flu-Europa está por um fio. Na última segunda, Marco Manso, diretor esportivo do Samorin, filial do Fluminense na Eslováquia, desembarcou no Rio com um recado claro dos donos do clube, atualmente na Segunda Divisão do país: o proprietário Norbert Csutora quer garantias financeiras para continuar com a parceria.

Por estas garantias leia-se a certeza de que os profissionais que estão na Eslováquia receberão os repasses mensais de 60 mil euros [R$ 240 mil] em dia, algo que não tem sido muito corriqueiro nos últimos tempos. O Flu acertou o último mês em aberto na terça-feira, mas não há certeza de que a parcela que vencerá no dia 10 de março será honrada no prazo. Este valor cobre as despesas com salários, a logística e a manutenção da estrutura física do clube eslovaco.

Além de Manso, participaram do encontro o presidente Pedro Abad, Marcelo Teixeira [diretor esportivo da base do Flu] e Fabiano Camargo [vice de futebol do clube]. O dirigente do clube eslovaco ouviu do mandatário que uma resposta definitiva será dada em até 20 dias. 

O Samorin está no centro de uma guerra política que tem Marcelo Teixeira, diretor esportivo da base, como peça-chave. Grande aliado de Abad, ele é o mentor do plano de expansão e está a ponto de sucumbir à pressão. Nas Laranjeiras, a filial é vista por muitas correntes de poder, inclusive por algumas das que sustentam a atual gestão, como um luxo desnecessário em um clube cujas finanças estão em situação delicada. Na corda bamba, o mandatário avalia as implicações e consequências da sua decisão.

Os detratores do "Flu-Eslováquia" questionam o baixo retorno financeiro e técnico da empreitada, que tem como pilar central a possibilidade de completar o processo de formação de jovens da base que ainda não vêm sendo aproveitados no time de cima. A questão está sob a mesa da cúpula tricolor, que faz contas e estabelece prioridades para o clube. Mesmo que não haja muitos questionamentos acerca da validade do conceito do projeto, a necessidade de economizar e apaziguar as disputas internas deverão ser decisivas para selar o destino da iniciativa.

Segundo o contrato firmado entre as partes, a parceria entre Fluminense e Samorin vencerá em 2026, mas o acordo poderá ser rompido unilateralmente desde que avisado com antecedência. Caso opte pela saída, o Tricolor terá de arcar com os valores combinados até junho, quando termina a temporada na Eslováquia. Os custos até lá giram na casa dos R$ 960 mil.

O Samorin já abrigou "estagiários" como Marlon Freitas, Luquinhas e Peu, hoje integrantes do elenco dirigido por Abel Braga. Outro que passou por lá, o volante Luiz Fernando fechou recentemente com o Minnesota United, da Major League Soccer, dos Estados Unidos.

 A assessoria de imprensa do Flu informou que o clube não se pronunciaria sobre o caso.