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Drogbinha "renasce" na Ásia e conta experiência com carne de cachorro

Ex-flamengo, Diego Maurício tem feito boas temporadas no futebol oriental - Divulgação/ Gangwon
Ex-flamengo, Diego Maurício tem feito boas temporadas no futebol oriental Imagem: Divulgação/ Gangwon

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/03/2018 04h00

Ele foi tratado com uma das grandes revelações do Flamengo em 2010, quando chegou aos profissionais. A semelhança física de Diego Maurício com um dos melhores atacantes daquele momento, o marfinense Drogba, fez com que um apelido o colocasse ainda mais em destaque: Drogbinha.

O início no Flamengo foi animador. Nas poucas oportunidades que tinha, saía do banco de reservas e tinha boas atuações, marcando gols. Como todo jovem, oscilou em alguns momentos, principalmente quando tinha chance de titular. O tempo passou, Diego Maurício não se desenvolveu como esperado e o Rubro-negro o repassou. Jogou em Alania-RUS, Sport, Setúbal-POR, Bragantino, Al-Qadisiya-ARA, Shijazuang-CHI e, agora, Gangwon-COR.

Diego Maurício vem de boas temporadas desde que chegou à China, em 2016. O ápice ocorre justamente no atual clube, onde marcou 13 gols em 37 jogos – perdeu apenas um jogo da equipe por suspensão. Renascer para o futebol em países asiáticos, no entanto, tem suas particularidades. Em uma cultura totalmente diferente da encarada no Brasil, o ex-jogador do Flamengo teve de fazer de tudo um pouco, até comer carne de cachorro e besouro.

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Imagem: Reprodução/Twitter

“Já comi carne de cachorro, besouro... bastante coisa meia estranha, principalmente na China. Fui em alguns jantares lá que tinha testículo, aí recusei, né? Era demais para mim. Não tem como comer. Já comi algumas coisas engraçadas. Tem tradutor o tempo todo para explicar o que é cada coisa, quando tentaram falar direto no inglês comigo antes de falar com o tradutor, dei uma quebrada. Aí não me arrisquei mais”, disse o jogador aos risos.

Apesar de chocante para algumas pessoas, Diego Maurício encarou com naturalidade a possibilidade de comer carne de cachorro, principal animal de estimação dos brasileiros. Já o besouro...

“Carne de cachorro é normal na China. Vendem e servem nas lojas como se fosse de vaca no Brasil. Aí os chineses ficaram enchendo o saco e experimentei. Tem também uma feira em Pequim que tem todo o tipo de inseto como iguaria. Tudo no espeto. Eu comi o besouro. A maioria vai lá e só tira foto, mas não come. Eu comi, essa é minha vibe [risos]”, brincou.

“É meio nojento pensar que vai comer carne de cachorro, né? Mas depois que come, não é ruim. Agora os insetos realmente é tudo horrível. Experimentei, mas é melhor só tirar foto mesmo”, completou o atacante.

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Imagem: Alexandre Loureiro/VIPCOMM

Apesar do bom momento na Coréia do Sul, Diego Maurício não esquece suas origens. O Flamengo, clube que o revelou no futebol, é por quem ele tem um carinho especial.

“O Flamengo vai ser sempre lembrado na minha vida por ter sido o clube que abriu as portas para mim. Cheguei com 8 anos e sai com 22. É muito tempo dentro do Flamengo. Entrei criança e me formou homem. Tive a oportunidade de ser jogador profissional e dar vida melhor para minha família. Sou muito grato ao que recebi e só tenho a agradecer”, afirmou.

Apesar do carinho pelo Flamengo e o desejo de voltar ao futebol brasileiro, o atacante tem noção que o momento disso acontecer ainda não está próximo. Bem na Coréia, ele tem mais um ano de contrato no atual clube.

“Tenho mais esse ano e opção de mais um. Já estou aqui desde o ano passado e as coisas estão caminhando de uma maneira bem legal para mim. De 38 jogos no ano, fiz 37. Joguei a temporada toda e fiz 13 gols. Estou feliz e animado para a segunda temporada”, comentou.

“Voltar para o Brasil é difícil agora. Estou feliz e adaptado à Coréia. Vivo super bem e pretendo ficar mais tempo aqui. Não posso dizer nunca no futebol. Tenho pelo menos mais um ano por aqui e acho que o momento é de seguir no futebol asiático. Quando chegar a hora de voltar ao Brasil também vou ficar muito feliz”, finalizou.