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Raí diz ter insistido mais que o normal em Dorival e esconde novo técnico

O diretor de futebol do São Paulo, Raí - Rubens Chiri/Divulgação
O diretor de futebol do São Paulo, Raí Imagem: Rubens Chiri/Divulgação

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

09/03/2018 16h34

Depois da derrota para o Palmeiras no clássico desta quinta-feira, o São Paulo decidiu demitir o treinador Dorival Júnior. Diretor executivo de futebol, Raí explicou a saída do técnico em entrevista nesta sexta-feira, no CT da Barra Funda. Segundo o dirigente, o clube deu teve paciência com o treinador, que percebeu também a falta de resultados positivos no trabalho.

"O Dorival se desligou após o período em que confiamos no trabalho dele, demos várias chances. Inclusive para ele e a comissão estava claro que não tinha os resultados, por mais que insistimos mais do que o normal no futebol brasileiro. Com a constatação ficou decidido que teríamos de mudar de estratégia e a comissão técnica", disse Raí, que destacou a qualidade do time.

"Eu diria que em uma posição o treinador queria outra características [nas contratações]. Mas é mais do que unanime de que o grupo do São Paulo é qualificado. Cheguei em dezembro, outros foram chegando, fomos montando a equipe, o trabalho foi de reconstrução, de chegar e dar certo, estamos muito confiantes. Quando está no período de contratação temos de analisar possibilidades, características, mas de um modo geral estamos com 90% do grupo formado. E temos o Brasileiro para fecharmos e melhorarmos ainda mais o grupo", completou Raí.

O treinador tinha contrato com o Tricolor até o fim deste ano. O revés no clássico foi decisivo para a queda. Com o resultado, a equipe fechou a primeira fase do Paulistão sem vencer clássicos (também perdeu para o Corinthians e o Santos). Apesar da classificação para as quartas de final, a campanha da equipe é bastante irregular no estadual: são 14 pontos conquistados em 11 jogos, com quatro vitórias, dois empates e cinco derrotas, tendo 42,4% de aproveitamento.

O Tricolor volta a jogar pelo Campeonato Paulista já neste domingo, no Morumbi, contra o Red Bull. A principal organizada do clube, a Independente, já convocou um protesto para ninguém entrar no estádio. O técnico da base, André Jardine, vai assumir o comando de maneira interina. Ele estava de férias e retornou ao clube, já comandando o treino desta sexta. Mesmo antes da queda de Dorival, já estava prevista a promoção de Jardine para o cargo de auxiliar do time profissional.

"O Jardine representa um projeto, faz parte do meu projeto de o clube ter um auxiliar permanente, profissionais de talento que mostraram competência. A chegada do Jardine já era algo planejado, esperado. Era parte do projeto, era uma pessoa que a gente acredita de estar com a próxima comissão técnica, para ser parte da comissão fixa e no futuro tentar assumir um papel mais importante na comissão. Com relação a nomes, já temos um nome entre outros, foi unanimidade, está avançado, mas em negociação por isso não vou passar nomes. Mas em breve vão ter essa notícia", completou Raí.

Por outro lado, o São Paulo já age no mercado para encontrar o substituto para Dorival Júnior. Segundo apurou o UOL Esporte, representantes do clube consultaram Diego Aguirre, que está desempregado desde a saída do San Lorenzo, da Argentina, no ano passado. O departamento de futebol, porém, não trabalha apenas com o nome do uruguaio. Também ex-jogadores do São Paulo, Jorginho e Leonardo aparecem entre os mais cotados.

"Prefiro não dar pistas [se é estrangeiro o novo técnico], porque existem detalhes a serem negociados. Não vou dar um prazo, mas a previsão é de que seja em poucos dias", afirmou Raí.

Essa não é a primeira vez que o Tricolor demonstra interesse em Aguirre. No fim de 2015, antes de contratar o argentino Edgardo Bauza, o São Paulo chegou a cogitar a possibilidade de trazer o ex-atacante. Recentemente, o advogado do São Paulo, Alexandre Pássaro, também consultou o Atlético-MG para saber como foi a passagem do uruguaio pelo clube, em 2016.

Aguirre chegou a jogar com os hoje dirigentes Raí e Ricardo Rocha no São Paulo. O uruguaio também mantém boa relação com o compatriota Diego Lugano, superintendente de relações institucionais do Tricolor. Outro ponto considerado positivo é o de o treinador dominar o idioma e conhecer bem o futebol brasileiro.