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Pacaembu tem até plano D e passa ileso a teste de luz antes da Libertadores

Gabriel Carneiro/UOL
Imagem: Gabriel Carneiro/UOL

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

14/03/2018 20h03

O estádio do Pacaembu foi submetido a um teste de iluminação no início da noite desta quarta-feira, véspera da partida entre Santos e Nacional (URU), pela segunda rodada da primeira fase da Copa Libertadores. De acordo com o que foi observado durante o procedimento e organizado nos últimos dez dias, a ideia é que o jogo desta quinta não apresente novos problemas de queda de energia - em oito partidas realizadas no local em 2018, cinco tiveram oscilações, com três paralisações de partidas em razão de transtornos na rede elétrica.

Entre 18h, quando começou a escurecer, e 19h30, fim do treino de reconhecimento do gramado do Nacional, a carga total de iluminação foi acesa e funcionou sem problemas. A estratégia armada é um sistema em que a energia que vem da rua pela Eletropaulo e a energia de três geradores instalados no estádio funcionem ao mesmo tempo - assim, a eventual queda de uma será imediatamente superada pela inicialização de outra, o que evitará que a luz pisque e demore a voltar. Esse sistema se chama paralelismo permanente.

Gerador - Gabriel Carneiro/UOL - Gabriel Carneiro/UOL
Imagem: Gabriel Carneiro/UOL

“Se você tem um problema com a energia da Eletropaulo, se você perde um pouco de potência, automaticamente esse gerador compensa e vice-versa. Nós trocamos muitos equipamentos pontuais em todo esse sistema, sem deixar passar que esse aqui [Pacaembu] é um senhorzinho de 78 anos”, pontua, ao UOL Esporte, o secretário de esporte de São Paulo, responsável pela administração do Pacaembu, Jorge Damião.

Há dez dias, o jogo entre Santos e Corinthians ficou parado por 45 minutos, o que causou mobilização da administração do Pacaembu para solucionar os problemas de energia. Desde então, o estádio recebeu novos geradores e equipamentos, que foram testados na noite de terça-feira e nesta quarta. A ideia dos engenheiros da Secretaria Municipal de Esportes, além de representantes da Eletropaulo e engenheiros da empresa Tecnogera, que instalou os novos geradores, era observar alternâncias ou instabilidades na rede elétrica.

diretores - Gabriel Carneiro/UOL - Gabriel Carneiro/UOL
Secretário de esporte conversa com Yamane
Imagem: Gabriel Carneiro/UOL

“Fizemos uma análise preliminar na semana passada para entender quais são os gaps [falhas] e qual seria a melhor solução para garantir a segurança energética do evento. Apresentamos as propostas, e a que traz melhor solução é criar uma ilha de geração em paralelo permanente com a Eletropaulo. A Eletropaulo já tem duas vias que fornecem energia pro estádio. Então se uma apresenta problemas, a segunda vai entrar. Mas existe a possibilidade dessa piscada, porque as lâmpadas são sensíveis a essa variação", acrescenta Marcelo Yamane, diretor de operações da empresa de geradores contratada pelo Santos. O acordo entre o clube do litoral e a Tecnogera foi intermediado pela prefeitura de São Paulo.

"A gente vem entrando com o equipamento de geração, muitos geradores em paralelo. Através de um pátio de transferência, ela permanentemente está lendo e interpretando o concessionado, de forma que a gente garanta o fornecimento e a tranquilidade do jogo de amanhã. Esse é o desenho básico, de forma bem simplificada, que a gente está oferecendo de solução”, completa.

Segundo explicaram os especialistas, dois circuitos levam energia ao estádio, sendo que um funciona como contingência do outro. Além da instalação de novos geradores foram promovidas revisões ou trocas em lâmpadas, fusíveis, disjuntores e transformadores, além de interruptores.

Além das medidas de curto prazo, estão sendo pensadas formas de modernizar o sistema elétrico do Pacaembu em médio prazo. A longo prazo, a ideia da Prefeitura é conceder a administração do Pacaembu à iniciativa privada e assim realizar uma série de reformas. A privatização ainda é tema de polêmicas e debates na esfera pública, e foi novamente defendida pelo representante da Prefeitura.

“Isso justifica um pouco esse processo de concessão, porque é um investimento muito grande e o Pacaembu precisa ser modernizado. Com esse potencial emocional que o Pacaembu tem junto à cidade de São Paulo, e associado a uma modernidade de equipamentos, vai ser perfeito. Vai poder disputar tranquilamente com a Arena Corinthians, o Allianz, o Morumbi. A cidade passará a ter um estádio de ponta”, completa Jorge Damião.