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Sport diz que Grêmio não apresentou garantia e recua em negociação de André

Aldo Carneiro/Futura Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Aldo Carneiro/Futura Press/Estadão Conteúdo

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

15/03/2018 18h47Atualizada em 15/03/2018 19h33

A novela André parece não ter fim. Nesta quinta-feira (15), dia em que pretendia finalizar o acordo para a saída do atacante, o Sport alega que o Grêmio não apresentou as garantias financeiras para que a transferência ocorresse e, portanto, recuou na negociação.

O anúncio foi feito por Guilherme Beltrão, vice-presidente de futebol do clube pernambucano, em entrevista à Rádio Guaíba. O Sport havia aceitado a proposta de 2,5 milhões de euros (R$ 10 milhões) com parcelamento, mas recuou ao constatar que o Tricolor não se mostrou capaz de concluir o negócio.

A ideia gremista era fazer quatro pagamentos. O primeiro de 500 mil euros em abril. O segundo de 125 mil euros em maio, o terceiro 1,2 milhão de euros em 31 de agosto e mais 750 mil euros em 31 de janeiro do ano que vem.  

"O Grêmio quer que nós vendamos para receber em 2019. A última parcela o contrato do presidente terá até vencido", disse Beltrão. "O Grêmio não consegue dar aval no mercado, e agora vai mentir para sua torcida dizendo que eles desistem do negócio. É o Sport que desiste do negócio. O executivo do Sport está em Porto Alegre. E o Grêmio não consegue dar o aval para que façamos os papéis", reclamou. 

A direção do Sport lembrou ainda um problema jurídico pelo qual passa o Tricolor. O Diadema cobra na Justiça um percentual sobre a venda do atacante Pedro Rocha ao Spartak Moscou, da Rússia. E o clube deu um terreno anexo ao CT da base como garantia de execução da cobrança, ainda sob análise da justiça. 

"Esta situação é do conhecimento de todos vocês. Eu nunca imaginei que o Grêmio teria uma atitude tão baixa. Há três meses o Grêmio foi no atleta, encheu a cabeça dele e do seu procurador. Nosso presidente não aceitou na ocasião. Quando assumi a vice-presidência revalidei a proposta e estranhei o silêncio do Grêmio e as conversas inconsistentes. Agora chegamos à triste conclusão que o Grêmio nunca teve dinheiro para contratar o jogador, nem para dar a entrada. Você compra um carro, um apartamento sem fiador? Não dá. Então o que eu lamento é que eles estragaram a relação do atleta com o Sport, e isso cabe um processo de aliciamento", explicou. 

A ideia do Grêmio em parcelar o pagamento era exatamente usar partes do dinheiro egresso na negociação de Arthur para o Barcelona. R$ 16 milhões entram imediatamente como adiantamento. 

"Não negociamos mais com o Grêmio. Não são pessoas que sabem conduzir uma negociação. Quero saber se eles venderam o atleta deles Arthur) para o Barcelona e não pegaram nenhuma garantia", bradou. "O Grêmio não tem como pagar, quer dar notas promissórias. Não sou incompetente para saber que nota promissória de clube de futebol seja ela qual for não tem valor. Nenhuma entidade financeira aceita. Ainda tem um CEO (Carlos Amodeo) que é um incompetente. Eles ganharam a Libertadores, mas não são donos do mundo, não. É um sujeito grosso, mal educado", disparou. 

No entanto, o Sport não fecha totalmente as portas. Mesmo muito irritado com a conduta do Grêmio, Beltrão abriu a possibilidade de voltar a conversar a partir das garantias bancárias. Somente então poderá concluir o negócio. 

Tudo isso surgiu depois da reunião do clube pernambucano com os gaúchos, na tarde desta quinta. Foi quando o executivo Klaus Câmara tentou, sem sucesso, finalizar o acordo. 

A reportagem do UOL Esporte tentou contato com a direção do Grêmio, mas até o fechamento desta reportagem não foi antendida.