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Santos sofre sem L. Lima e não acha camisa 10 ideal dentro ou fora do clube

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

22/03/2018 04h00

Gabigol é o camisa 10 do Santos em 2018, mas não exerce de fato a função de “maestro” deixada por Lucas Lima, hoje no Palmeiras. O camisa 20 do Verdão, que foi o líder de assistências da equipe santista nos últimos anos, é o atleta que mais passes deu a gol no Campeonato Paulista - foram seis até o momento. Sem ele, o alvinegro praiano sofre na armação de jogadas e não encontra o armador ideal dentro ou fora do clube.

Após o Santos classificar nos pênaltis para a semifinal do Campeonato Paulista com dois empates sem gols contra o Botafogo, o técnico Jair Ventura expôs a sua decepção com a ausência de um “maestro”. Ele já testou cinco jogadores na função – Emiliano Vecchio, Jean Mota, Vitor Bueno, Diogo Vitor e Léo Cittadini – e nenhum deles convenceu.

“Ficou meio evidente, estamos buscando um camisa 10 para a posição. Botei o Jean, Vecchio e o Bueno, estão tentando segurar a 10. Até brinquei com o Vecchio sobre isso. O Diogo Vitor entrou bem, mas é mais um meia-atacante, foi bem hoje, gostei. Tem que ser o cara para ser titular absoluto. Enquanto não achamos, vamos buscar”, afirmou Jair Ventura.

O treinador aguarda a contratação de um camisa 10, mas viu a diretoria santista fracassar em todas as tentativas no mercado da bola. A mais famosa ficou por conta do argentino Lucas Zelarayan, do Tigres, do México. O presidente José Carlos Peres chegou a dar a contratação como certa, mas viu o negócio não vingar.

O fracasso na contratação do argentino, inclusive, foi um dos principais motivos da demissão do diretor executivo de futebol, Gustavo Vieira. Os dois lados trocaram farpas. O sobrinho de Raí acusou o departamento jurídico de “lentidão”, enquanto Peres alega que Gustavo se enrolava com os intermediários.

Além de Zelarayan, o Santos não conseguiu concluir a contratação de Nenê, que depois deixou o Vasco e se transferiu para o São Paulo. Nenê também virou motivo de troca de acusações de Peres e Gustavo. Os dois fugiram publicamente da responsabilidade de pedir ou vetar a contratação do atual do veterano.

Outros ex-ídolos do clube, Paulo Henrique Ganso e Robinho, também foram cogitados, mas ficaram muito de longe de um acerto. O primeiro é considerado muito caro e ainda não conseguiu a sua liberação do Sevilla, da Espanha.

Robinho, por sua vez, chegou a ser primeira opção para substituir Lucas Lima. Ele seria contratado para atuar centralizado na armação das jogadas, pois na visão da cúpula santista, o ex-camisa 7 do time não consegue mais atuar pelos lados do campo por conta de falta de “pegada” na marcação.

No entanto, José Carlos Peres polemizou em seus primeiros dias como presidente do Santos ao dizer que não contrataria Robinho enquanto ele não resolvesse o processo na Justiça na Itália. O atacante, que nega ter cometido o crime, foi condenado a nove anos de prisão, em primeira instância, por estupro.