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"Diferencial" de Roger, Keno repete 2017 e brilha tanto quanto estrelas

Xodó da torcida, Keno vive grande momento no Palmeiras - Daniel Vorley/AGIF
Xodó da torcida, Keno vive grande momento no Palmeiras Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

26/03/2018 07h25

Apontado por Roger Machado como o melhor jogador do Palmeiras na vitória por 1 a 0 sobre o Santos, no jogo de ida da semifinal do Paulistão, no último sábado (24), Keno vive um roteiro semelhante ao de 2017. Assim como em seu primeiro ano no clube, o atacante tem se mostrado um dos jogadores mais importantes de um elenco recheado de nomes mais caros e badalados. E, para isso, ele se apoia em um recurso do futebol tão simples quanto raro em tempos recentes nos gramados nacionais: o drible.

A facilidade de Keno para deixar adversários para trás, com a bola nos pés, fez com que o Roger o apontasse como o "diferencial" do time contra o Santos. Em conversa exclusiva com o UOL Esporte, feita antes do clássico, o próprio atacante usou a mesma expressão para descrever o importante papel que ele vem cumprindo na equipe alviverde.

"Eu tenho esse diferencial no drible, gosto de enfrentar no um contra um. O Roger vem trabalhando nos treinamentos as táticas para eu ter essa oportunidade de quebrar a linha dos adversários. É importante, porque eu tenho muita habilidade para isso, então fico feliz pela minha campanha e pela oportunidade que o Roger está me dando", disse.

Keno vinha sendo reserva até o jogo de volta das quartas de final contra o Novorizontino, quando o time não pôde contar com Borja. Sem seu artilheiro, convocado pela seleção colombiana, Roger deslocou Willian para o centro do ataque e deu a Keno a vaga na ponta esquerda. O setor ofensivo palmeirense ficou leve, passou a sufocar ainda mais os adversários na saída de bola e não deixou de fazer gols.

Quando o camisa 11 está em campo, Roger trabalha estratégias para que o Palmeiras consiga virar o jogo rápido e deixá-lo em condição de usar o drible para definir a jogada. Pedaladas, cortes de letra, toques de calcanhar e arrancadas em velocidade são algumas das armas disponíveis no arsenal de Keno. "Me inspiro no Robinho e no Ronaldinho Gaúcho. Eu via muito jogo do Santos e do Flamengo quando eles estavam. Eu tento, vai que dá certo, aí eu continuo", brincou.

A personalidade simples e extrovertida de Keno fora de campo se reflete no modo como ele encara o jogo dentro dele. Muitas vezes, o atacante palmeirense lembra até um jogador de rua, abusado, sem se preocupar com quem está na sua frente. Para ele, essa foi a chave para não sentir o peso de defender um clube gigante do futebol brasileiro pela primeira vez só aos 27 anos, quando chegou ao Palmeiras no início do ano passado após se destacar no Santa Cruz.

"É não se intimidar pela oportunidade. Passei por muito time pequeno, sei como é não receber, ter salário atrasado, falta de estrutura. Mas tem que lutar até o fim. Quando chega em um time grande como o Palmeiras, não pode vacilar", afirmou.

Depois de chegar ofuscado em meio a contratações milionárias como Borja e Guerra no ano passado e terminar a temporada como titular, Keno ganhou outro status no Palmeiras. No início deste ano, o time alviverde comprou a totalidade de seus direitos econômicos e renovou seu contrato até 2021, após afastar sondagens vindas do Oriente Médio. O atacante diz que hoje está feliz no clube, mas não descarta uma saída no futuro.

"Todo jogador sonha em jogar fora. Mas eu estou feliz no Palmeiras, independentemente de vir proposta ou não. Quando veio, eu estava focado no Palmeiras. Deixo que o Palmeiras resolva essas coisas, estou muito feliz aqui", concluiu.