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Irmão de goleiro do Corinthians repete história e estilo e pega até pênalti

Caique, de 22, e Cauã França Godoy, de 16, são irmãos e goleiros de clubes paulistas - Reprodução/Instagram
Caique, de 22, e Cauã França Godoy, de 16, são irmãos e goleiros de clubes paulistas Imagem: Reprodução/Instagram

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

17/04/2018 04h00

Cauã estava no Setor Oeste da Arena Corinthians em 15 de novembro de 2017. O estádio recebeu mais de 46 mil pessoas naquele dia, quando o time da casa enfrentou o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro. A apreensão era generalizada, porque uma simples vitória corintiana garantia o título em Itaquera. Na primeira disputa de bola da partida o Flu ganhou um escanteio para bater. Marcos Júnior cobrou no meio da área e o zagueiro Henrique subiu e cabeceou para abrir o placar. Cauã sentiu o baque. E sentiu muito mais que as outras 46 mil pessoas.

O goleiro do Corinthians em campo naquele dia (e sem reação no gol marcado por Henrique) era Caique. Ele é irmão mais velho de Cauã, que em 15 de novembro de 2017 só conseguiu sentir alívio após os três gols marcados pelo Corinthians, que determinaram a virada e o título brasileiro na Arena. Não podia ter inspiração melhor.

Cauã França - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Cauã tem contrato de formação no Juventus válido até o fim de 2020
Imagem: Reprodução/Instagram

Aos 16 anos, Cauã está seguindo os passos do irmão campeão brasileiro. Ainda não está perto de nenhum título, obviamente, mas também é goleiro e também vive as categorias de base com planos de repetir a trajetória vencedora de Caique. O caçula da família França Godoy começou no futsal do Corinthians aos cinco anos e ficou até os dez. Depois foi para o Juventus, iniciou a transição para o campo na categoria sub-11, voltou ao Corinthians para o sub-13 e o sub-15 no campo e agora novamente defende o Juventus.

No último dia 7 de abril, Cauã França foi titular do Juventus sub-17 na abertura do Campeonato Paulista da categoria, justamente contra o Corinthians. Seu time atual perdeu por 2 a 0, mas tudo está só começando.

"Quero fazer um bom Campeonato Paulista sub-17 esse ano para já poder disputar a Copa São Paulo no ano que vem, que será meu primeiro ano de sub-20. Seria muito bom, porque é uma competição que todo mundo vê", conta Cauã, inspirado em Caique em todos os sentidos.

"Vi meu irmão jogando desde que eu era pequeno, então vi subindo por todas as categorias de base até chegar ao profissional. Olhar o exemplo dele me diz que é preciso trabalhar firme, forte, porque não é nada fácil. Ele serve de inspiração a mim para nunca desistir, porque daqui a pouco você pode estar no jogo do título do Corinthians (risos)".

Cauã França - Divulgação - Divulgação
Dia do pênalti de Cauã foi o mesmo de Corinthians x São Paulo na semi do Paulistão
Imagem: Divulgação

Espírito de decisão

Fã de Cássio, Buffon e Neuer (além de Caique, óbvio), Cauã também joga pelo time do Colégio Amorim, onde cursa o Ensino Médio. Em março, o time da escola disputou um campeonato de futebol chamado Gatorade 5v5, em São Paulo. Cauã defendeu um dos pênaltis que levou seu time às semifinais da competição e foi ovacionado pelos colegas. Mais ou menos como aconteceu com o irmão mais velho dois meses antes, quando defendeu um pênalti do PSV-HOL na Florida Cup.

"Somos um pouco parecidos nesse sentido do estilo de jogo. Eu gosto porque ele é muito paciente. O jogo pode estar acelerado que ele está sempre na tranquilidade dele, calmo. Isso é bom para os pênaltis também e eu gosto de manter esse estilo. Ele me dá muitos conselhos quando eu peço ajuda, falamos de erros, de como podemos melhorar, conversamos bastante", conta o herdeiro.

Família França - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Pais e filhos com Walter, colega de Caique no Corinthians campeão brasileiro
Imagem: Reprodução/Instagram

Herança de família?

Roberto França, pai de Caique e Cauã, marcou presença no campeonato em que o filho mais novo foi herói. Também estava no jogo do título do primogênito pelo Corinthians. E vê de perto a história se repetir.

"É muito emocionante poder acompanhar nossos filhos assim. Hoje estamos vendo um na televisão e outro aqui de perto. Sempre que podemos estamos com eles. Curioso é que quando aconteceu com o Caíque, a gente torcia, mas não sabia o que iria acontecer. Agora estamos mais experientes, já passamos por essas mesmas situações", conta o pai. Ao contrário do que se pode supor, Roberto não foi goleiro.