Ganso é abordado por torcida durante folga, mas se cala sobre desafeto
Sevilla costuma parar anualmente com a Feria de Abril, festa popular que acontece na primavera e atrai sempre milhares de pessoas. Uma parte considerável delas curte tudo a partir das casetas, como são chamados os estandes públicos e privados cujo acesso, na maioria das vezes, se dá somente por convite.
Ao lado de sua família, Paulo Henrique Ganso esteve em um deles e aproveitou o início da semana de comemorações no último domingo. Ex-Real Madrid, o espanhol Joaquín, do Bétis, também marcou presença.
Fora dos planos do Sevilla, Ganso se mostrou simpático com todos, distribuiu sorrisos e não se incomodou com o assédio. Ele ainda não entrou em campo em 2018 e não tem treinado com o time principal. O técnico Vincenzo Montella resolveu poupar diversos jogadores contra o Deportivo La Coruña, na última terça-feira, por causa da final da Copa do Rei e nem assim ele foi relacionado.
Mesmo o suspenso Ben Yedder viajou com a delegação. Além do brasileiro, apenas o dinamarquês Kjaer, lesionado, e o francês Carole, que não se encontra inscrito na Liga Espanhola, foram ausências.
Ainda assim, abordado por torcedores sobre Montella durante a Feria, o meia de 28 anos deixou claro que seguia trabalhando. Ele prefere evitar qualquer rusga pública com o treinador italiano, que não o convocou nenhuma vez desde que assumiu, no fim de dezembro. A relação com os antecessores Eduardo Berizzo e Jorge Sampaoli também não era das melhores.
A pessoas próximas, o ex-são-paulino chegou a reclamar da falta de critérios dos comandantes nas escolhas das peças até mesmo para a montagem do banco de reservas.
Não passa despercebido também que o seu ostracismo coincida com possivelmente a sua melhor temporada pelo Sevilla. Ele saiu derrotado do gramado somente uma vez em 11 jogos, balançou as redes quatro vezes – uma delas na Champions League – e abusou dos momentos de genialidade com passes desconcertantes.
Na sua mente, não faltava mais nada para se firmar e, quando a própria comissão técnica liderada por Berizzo dava a impressão de ceder nesse sentido, ela acabou sendo demitida supostamente por causa do mau futebol.
Sobrevida no Sevilla com demissões?
Ganso tentou, sem sucesso, rescindir o seu contrato, sinalizou que abriria mão dos salários, porém, não conseguiu um acordo com o Sevilla. A postura do time andaluz, em especial, do diretor Óscar Arias, o deixou chateado durante as conversas. Conforme o seu entorno, ele se sentiu desrespeitado com a falta de uma resposta formal à sua oferta.
No cenário atual, não parece haver mais qualquer clima para continuidade em Nervión, após o fim da temporada. A sua rotina na equipe se resume a cumprir sessões de musculação, longe das câmeras e da maior parte dos colegas.
O meio-campista treina quando quer, com a anuência dos cartolas, que não o pressionam e o deixam à vontade para fazer os seus trabalhos como preferir. O seu ‘sumiço’ das atividades vem desde o início de fevereiro e aconteceu após a retirada de seu nome da lista da Liga dos Campeões.
Nessas circunstâncias, quais seriam, então, as chances de uma sobrevida de Ganso em Sevilla?
A princípio, nenhuma, mas o seu estafe não descarta a sua permanência em caso de mudanças no departamento de futebol. Montella e Arias se encontram pressionados por causa do risco de ficar sem vaga europeia. O próprio presidente José Castro, em passagem pela Feria, deixou transparecer a pressão ao ser indagado sobre a insatisfação dos torcedores.
A seis rodadas do fim do Espanhol, o time se encontra fora da zona de classificação para a Liga Europa, em sétimo lugar, e aposta as suas fichas na final da Copa do Rei contra o Barcelona, no sábado. Um fracasso nas duas frentes deve agitar os seus bastidores.
Enquanto isso, Ganso curte a cidade com a sua família e aguarda uma definição sobre o futuro. O seu contrato se encerra em junho de 2021.
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