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Idolatria, família e sequência seduzem Diego Souza para jogar no Vasco

Bruno Braz e José Eduardo Martins

Do UOL, no Rio de Janeiro e em São Paulo

21/04/2018 04h00

"Sonhar não custa nada. O meu sonho é tão real". Ao pensar em Diego Souza, já há quem cante a plenos pulmões o histórico samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel nos corredores de São Januário. Desejo antigo do clube, o meia-atacante voltou à pauta do Vasco, que confia em algumas questões pessoais do jogador para convencer o São Paulo a cedê-lo por empréstimo até o fim do ano mesmo com as restrições financeiras do Cruzmaltino.

Sem condições de comprar o atleta, que custou R$ 10 milhões aos cofres são paulinos, o Vasco negocia uma divisão de salários com o Tricolor e as conversas estão encaminhadas neste sentido.

Da parte do jogador, há o desejo. Diego Souza nunca escondeu sua vontade de um dia voltar a São Januário. Há também o fato de poder ficar mais próximo de sua família, que é do Rio de Janeiro, além da própria possibilidade de ter uma sequência e ser a referência no Vasco, algo que não tem no São Paulo. Tudo isso serve como argumento para tentar cobrir a falta de agressividade financeira da diretoria vascaína.

Ciente da possibilidade de voltar para o Vasco, o meia-atacante já tem até cuidado de questões pessoais na capital carioca, armando o terreno para um possível retorno à cidade natal.

Caso retorne ao Cruzmaltino, Diego Souza terá como presidente um conhecido de longa data. Alexandre Campello era médico do clube quando o jogador foi campeão da Copa do Brasil de 2011, ano em que alcançou o status de ídolo vascaíno.

Diego Souza, do Vasco, comemora após abrir o placar na partida contra o Libertad - Norberto Duarte/AFP - Norberto Duarte/AFP
Diego Souza nos tempos de Vasco: se tornou ídolo da torcida cruzmaltina
Imagem: Norberto Duarte/AFP

A torcida, aliás, é algo que também tem sensibilizado o jogador. Assim que ele começou a ser preterido no São Paulo, uma grande campanha na internet foi feita pedindo seu retorno.

Diego chegou ao Tricolor com status de estrela. Tinha a missão de substituir Lucas Pratto, artilheiro do clube paulista no ano passado que foi vendido ao River Plate, e o desejo de ser convocado para a Copa do Mundo de 2018. O que se viu em 17 partidas, no entanto, foi um jogador atuando em nível abaixo do que era mostrado com a camisa do Sport até 2017, atuações que o colocavam nos planos de Tite para a seleção brasileira.

Até aqui, o camisa 9 marcou somente três gols. Começou como centroavante, mas com a saída de Dorival Júnior declarou que gostaria de jogar um pouco mais recuado. O atual técnico, Diego Aguirre, não se empolgou com o atleta. Ainda assim, resolveu dar chance a ele na última quinta-feira, quando o time acabou eliminado da Copa do Brasil para o Atlético-PR. Diego também participou da queda para o Corinthians no Campeonato Paulista, inclusive perdendo sua cobrança na decisão por pênaltis.

No Vasco, Diego foi campeão da Copa do Brasil de 2011 e saiu após a Copa Libertadores da América de 2012, quando ficou marcado por perder gol em contra-ataque cara a cara com Cássio, no Pacaembu, também contra o Corinthians. Os cruzmaltinos sentem a necessidade de ter um reforço experiente para um time tomado por jovens, que até aqui soma apenas um ponto na fase de grupos da Libertadores. Na quinta, a equipe foi goleada na Argentina pelo Racing por 4 a 0.

Nesta sexta-feira, apenas os reservas do São Paulo treinaram no CT da Barra Funda. E Diego, que jogou 32 minutos contra o Atlético-PR, não participou do trabalho. O clube paulista informou que foi uma decisão da comissão técnica, mas que não tem relação com qualquer possibilidade de negócio.